Apesar dos esforços dos promotores do aborto para expandir o número de clínicas de aborto na África do Sul, os médicos do país não estão dispostos a realizar essa prática.

De acordo com a Lei de escolha da interrupção da gravidez, de 1996, o aborto é legal na África do Sul até a 12ª semana de gestação. Nos casos de estupro, incesto e dificuldades financeiras, essa prática é legal até 20 semanas.

Kgaladi Mphahlele, gerente de Opção para a Interrupção da Gravidez de Médicos sem Fronteiras em Rustenburg, disse que é difícil encontrar clínicas dispostas a realizar abortos ou médicos dispostos a dar orientações.

Mphahlele afirmou que o acesso às clínicas de aborto é necessário para impedir que as mulheres busquem métodos de aborto inseguros, segundoo Health-E News.

Health-E News também indicou que, de acordo com o relatório emitido no ano passado pela Comissão Guttmacher-Lancet, das oito mil clínicas médicas na África do Sul, aproximadamente 7% realizaram abortos.

Judiac Ranape, uma enfermeira que capacita médicos em abortos, argumentou que a objeção de consciência é um problema no fornecimento dessa prática.

Ranape pediu restrições à objeção de consciência, porque "podemos encontrar um gerente de operações que diz: 'Não realizaremos [um aborto] porque isso vai contra minhas crenças religiosas".

Segundo pesquisas, a grande maioria da população se opõe fortemente ao aborto.

A Pesquisa de Atitudes Sociais da África do Sul, realizada em 2003-2006, constatou que, para 9 em cada 10 adultos na África do Sul, o aborto era errado em tempos de crise financeira, e três quartos disseram que o aborto é imoral em caso de alguma deficiência.

Os líderes da Igreja pediram esforços para fornecer alternativas ao aborto para mulheres que enfrentam gravidezes difíceis. Catholic Mater Homes, um grupo pró-vida da Arquidiocese da Cidade do Cabo, é uma dessas organizações. Trabalha para fornecer abrigo às mulheres durante uma gravidez em crise.

"O estabelecimento de Mater Domini nasceu da necessidade existente na Arquidiocese da Cidade do Cabo de criar uma alternativa ao aborto para mulheres que poderiam se sentir obrigadas a tomar essa decisão por causa do desespero", lê-se na página de Facebook da organização.

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