Cerca de 3 mil pessoas tomaram as ruas de Teresópolis (RJ), no domingo, 19 de agosto, para uma caminhada contra o aborto e, diante do Santíssimo Sacramento, ajoelharam-se na avenida principal da cidade para rezar em defesa da vida.

O ato aconteceu no marco do Congresso Diocesano das Vocações e da Família, promovido pela Diocese de Petrópolis (RJ), à qual pertence a cidade de Teresópolis.

Durante o evento, os participantes realizaram uma caminhada pelas principais ruas da cidade a fim de chamar a atenção do Supremo Tribunal Federal contra a descriminalização do aborto, sobretudo após a Corte ter realizado no início do mês uma audiência pública na qual se debateu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442/2017 (ADPF 442), ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

Esta ADPF 442 questiona os artigos 124 e 126 do Código Penal, que tipificam o crime de aborto, alegando a sua inconstitucionalidade. Assim, propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

Neste sentido, no decorrer da caminhada no último domingo, muitos realizaram manifestações contrárias à aprovação do aborto e, diante do Santíssimo Sacramento conduzido pelo Bispo, Dom Gregório Paixão, colocaram-se de joelhos por uns instantes e rezaram para que os ministros do STF não aprovem a descriminalização do aborto.

Além disso, durante o evento, foi realizado um abaixo assinado contra a ADPF 442 e Dom Gregório Paixão questionou que tipo de nação seria o Brasil caso o aborto fosse descriminalizado.

“Que nação seria a nossa se escolhesse a morte para aqueles que teriam o direito de nascer? Que nação seria a nossa, onde aqueles que não foram abortados desejam a morte daqueles que desejam a vida? Que nação seria ou será a nossa se vencer o dragão, o demônio, através das assinaturas daqueles que se consideram de tal modo poderosos que decidem pela vida?”.

Em sua homilia na Missa da Solenidade da Assunção da Virgem Maria, o Prelado se referiu ao texto do Apocalipse, da Primeira Leitura, “que nos traz algo terrível”. “Enquanto a mulher está revestida do céu, de luz, do sol, tendo a lua sob os pés e a coroa de doze estrelas na cabeça e, quando ela, reservada de toda mancha, trazia no seu seio o próprio Salvador da humanidade, Jesus Cristo, o dragão se preparava para devorar o seu Filho”.

“É interessante essa imagem do livro do Apocalipse”, ressaltou, ao indicar que “o demônio está sempre à disposição por ele mesmo ou por outros, para matar”. “E a segunda leitura – disse em relação à Liturgia do dia – vai nos dizer que a última barreira a ser vencida é a barreira da morte”.

Dom Gregório declarou que “nenhum de nós pode esquecer um ponto fundamental: a gravidez da Virgem Maria não foi não foi planejada por Ela, não foi planejada por José. Mas, o Salvador da humanidade veio do Pai através de uma gravidez não planejada. E por isso, recebemos esse Salvador como Senhor e Ele nos fez viver a beleza dessa presença”.

“É triste ouvir aquilo que dizem uns dos outros: se tal pessoa tivesse sido abortada, nós estaríamos livre dela”, lamentou, questionando em seguida: “Ora, o que devemos abortar na sociedade?”.

Segundo o Bispo, “devemos tirar da sociedade o mal; devemos tirar dela o demônio; devemos tirar dela a força da morte que querem para nós e para aqueles que desejam nascer. Devemos tirar do seio dessa sociedade toda espécie de maldade que macula, que gera tristeza, que gera sangue, gera violência”.

“Não existe coisa pior do que a gente resolver os nossos problemas matando quem deseja a própria vida”, acrescentou.

Nesse sentido, assinalou que, em relação ao aborto, “nós sabemos que a ignomínia é tão grande que os argumentos são imensos, de que estamos tratando de uma questão pública, no que diz respeito à saúde pública”.

Porém, advertiu que o que pode ocorrer no futuro, caso o aborto seja descriminalizado, é que tudo aquilo que for considerado perfeição será preservado, mas o que a sociedade entender como imperfeição será eliminado.

Confirme alertou, enquanto hoje tentam abortar as crianças, no futuro tentarão se desfazer dos idosos, sobre os quais “vão dizer que não servem mais para a sociedade, que obrigam seus filhos a ficar em casa cuidando deles; depois serão as crianças que trazem alguma deficiência física, como já se pode abortar os anencéfalos aqui no Brasil; e assim por diante”.

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