Aos 22 anos, Alison González, nascida na Cidade do México, percorreu quilômetros de rodovias nos Estados Unidos com uma clara mensagem: “que todos tenham a oportunidade de viver”, desde a concepção.

Alison se somou neste ano, durante algumas semanas, a CrossRoads, uma inciativa católica surgida nos Estados Unidos, inspirada por São João Paulo II. Este projeto considera sua missão promover a cultura da vida e “defender o direito à vida das crianças por nascer”.

Todos os anos, os participantes da CrossRoads percorrem durante quase 3 meses cerca de 16 mil quilômetros, através de 36 estados, divididos em três equipes: uma que parte de Seatle, no noroeste do país; outro de San Francisco e uma terceira de Los Angeles. Os três grupos chegam à capital dos Estados Unidos, Washington DC.

Alison conheceu a CrossRoads através da associação civil mexicana Pasos por la Vida – que organiza a Marcha pela Vida na Cidade do México –, com a qual trabalha há quase 4 anos.

Em diálogo com o Grupo ACI, a jovem mexicana explicou que, durante o percurso, “vai visitando diferentes estados, diferentes cidades”, e destacou que “há Missa diária”.

“A mensagem que se dá nas rodovias é muito clara, porque é uma camisa amarela com as palavras ‘pro-life’, pró-vida”, assinalou.

“A ideia de Cross Roads é fazer um pouco de penitência e sacrifício, através da renúncia a certas comodidades, como a própria cama, porque vivemos em uma casa móvel, onde oito pessoas se acomodam como podem”, disse.

“As comidas são básicas, muito simples”, assinalou e indicou que nesta época do ano “toda a parte sul dos Estados Unidos é quente, são graus muito altos, chegamos a andar sob 40 graus”.

Entretanto, isso não diminui o ânimo dos participantes neste peregrinação em defesa da vida e rechaço ao aborto.

“São pequenas renúncias, pequenos sacrifícios que esses jovens fazem, e eu tive a oportunidade de me unir, por uma causa muito concreta, que neste caso é a causa pró-vida, pelos bebês não nascidos”, disse.

Nos fins de semana, assinalou, “fazemos oração do lado de fora de clínicas abortivas, como Planned Parenthood e outras que são como clínicas públicas”. Nesses locais, rezam o terço mariano e o da Divina Misericórdia, explicou.

Embora “caminhar por rodovias não seja algo simples” e “carrega um risco de nossa parte”, para Alison, “o reflexo desses atos é que defender uma vida vale tudo”.

“as vidas que estão sendo perdidas não são pouca coisa e, portanto, esta caminhada não é pouca coisa”, sublinhou, pois “poderíamos caminhar dentro da cidade, em uma calçada mais segura, mas fazê-lo na rodovia, onde às vezes não há caminhos seguros, tem ecos muito fortes e, por isso, estamos fazendo isso”.

A jovem mexicana assinalou que junto com os que percorrem a rodovia, “vai a casa móvel e uma van” e a equipe “se divide em duas” para caminhar.

“Nós éramos 11 pessoas, dividíamos em 5 e 6. E caminhávamos a metade do dia um grupo e a outra metade o outro grupo: de 6h às 13h caminhava o primeiro grupo e o segundo, de 13h às 19h”.

Alison destacou que CrossRoad se traduz, além de cruzamento de caminhos, como “caminho da cruz”.

“A palavra CrossRoad é o caminho da cruz e, por três meses, convidam-nos a tomar essa cruz, que carrega sacrifício, penitência, cansaço”, disse e indicou que, nesse sentido, unem-se “simbolicamente à cruz de Cristo por uma causa específica, que é a causa da vida”.

E como uma jovem de 22 anos vive o esforço por defender a vida desde a concepção na Cidade do México, na qual o aborto é despenalizado há 10 anos?

“É um desafio que enfrento dia a dia”, assinalou Alison, “pois, sim, vai contra uma ideologia, uma sociedade que já está estabelecida. Entretanto, acredito que o importante aqui não é buscar pertencer a uma sociedade, mas realmente viver conforme os valores nos quais você acredita”.

“Se tenho algo claro em minha vida é que estou disposta a dar minha vida por esses valores, porque confio e acredito que são a verdade e que são o melhor para todos”, assegurou e precisou que “buscar que todos tenham a oportunidade de viver não se contrapõe a algumas ideologias”.

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“Eu, por ser pró-vida, não estou contra a mulher, jamais, de fato sou pró-mulher e quero o melhor para ela como para o bebê”, disse.

Alison incentivou os jovens “que são da minha idade, que estamos vivendo o mesmo”, a que “não tenham medo de ser generosos, neste momento a única coisa que temos é ‘tempo’”.

“O individualismo faz com que você se feche e não se entregue aos demais”, disse e, por isso, incentivou os jovens a “dar-se aos demais”, assim como “viver apaixonadamente” e “entregar-se aos demais”.

“Não há melhor forma de defender a vida do que vivendo a própria, celebrando a vida; e viver plenamente é entregar-se aos demais, porque não podemos viver para nós”, assegurou.

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