O Cardeal Josef Tomko, Prefeito Emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos, assinalou que o martírio pode entender-se como cumprimento da vida moral do cristão e que este é distinto a qualquer outro porque se faz por Cristo.

Assim o expressou o Cardeal durante a apresentação do livro de Stefano Zamboni titulado "Chamados a seguir ao Cordeiro. O Martírio como cumprimento da vida moral", apresentado recentemente em Roma.

Conforme informa L'Osservatore Romano, o Cardeal Tomko indicou durante a apresentação que o martírio é distinto à morte de uma pessoa na guerra, no cumprimento de seu trabalho como o de um jornalista; ou similares. "O martírio no sentido cristão supõe uma raiz cristológica e uma relação com Cristo, com sua cruz e morte, um ato acolhido com a consciência e com fé, que se converte portanto em um testemunho, quer dizer em um martírio".

Para o Cardeal, esta raiz cristológica deve, além de ir acompanhada da consideração do martírio como "ponto de cristalização de uma vida em que se desdobrou a relação com o Senhor (seguimento), acolhido na fé e sempre interiorizado (consciência)".

Para o Cardeal Tomko, nenhum autêntico fiel pode dizer que não tem "a vocação ao martírio", considerando-o "como alguma coisa extraordinária e fora da vida comum do cristão". Se em vez disso, entende-se esta visão, a vida moral de quem segue a Cristo descobre no martírio o próprio cumprimento e vê abrir-se "perspectivas novas e estimulantes" que se convertem em experiências "novas de criatividade, progressivas e capazes de retomar continuamente", concluiu.