O Supremo Tribunal da Austrália marcou a data para a apelação final do Cardeal George Pell, que foi condenado, em 2018, por cinco acusações de abuso sexual infantil.

Segundo informa a mídia australiana, a apelação final do Cardeal será realizada em 11 e 12 de março e será escutado pelo Superior Tribunal no Poder Judiciário Australiano.

Espera-se que os advogados do Cardeal Pell solicitem ao Superior Tribunal que a condenação seja revogada, porque foi baseada no testemunho não corroborado de um único demandante.

O demandante assinalou que um membro do coro e ele foram abusados sexualmente pelo Cardeal Pell depois de uma Missa dominical, quando o Purpurado era Arcebispo de Melbourne, entre 1996 e 1997.

O testemunho da outra suposta vítima não pôde ser incluído no processo porque faleceu em 2014; no entanto, sabe-se que em 2001 ele havia negado à sua mãe ter sido vítima de abuso enquanto era membro do coro.

O Cardeal foi condenado a seis anos de prisão, dos quais deve cumprir pelo menos três anos e oito meses antes de ser elegível para solicitar a liberdade condicional.

O Cardeal Pell, de 78 anos, manteve sua inocência. A defesa assinala que os supostos crimes teriam ocorrido, em circunstâncias, "simplesmente impossíveis".

A condenação dividiu a opinião australiana e internacional. Os defensores do Cardeal alegaram que as acusações de abuso na sacristia não são possíveis, devido à grande circulação de pessoas após a Missa e a natureza obstrutiva dos paramentos litúrgicos.

Espera-se que o Cardeal Pell enfrente um procedimento canônico assim que uma disposição final for alcançada na Austrália. Se condenado pela corte canônica por abusar sexualmente de crianças, ele seria expulso do estado clerical.

O Cardeal está preso na HM Prison Barwon, uma prisão de segurança máxima no sudoeste de Melbourne que abriga chefes criminosos notórios.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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