O ministro da Justiça da Espanha, Alberto Ruiz Gallardón, advertiu no Plenário do Senado que a liberdade para ser mãe não está suficientemente garantida na Espanha e assegurou que "enquanto exista um só caso", o Governo vai "atuar".

Em resposta ao senador do PSOE Roberto Lertxundi (do anterior líder do governo espanhol José Zapatero) sobre se o governo deve considerar se as mulheres hoje na Espanha são ou não são livres o suficiente para decidir sobre sua maternidade, o ministro da Justiça insistiu em que existem casos nos quais a mulher se vê condicionada por motivos econômicos, familiares e sociais a abortar.

"Falo de uma liberdade que consiste em que quando uma mulher se enfrenta ao gravíssimo conflito de decidir se interromper ou não a sua gravidez, tenha uma resposta por parte dos poderes públicos, que vá além de dizer-lhe: '(o aborto) está despenalizado, me esqueço do seu problema'", afirmou.

O ministro reiterou sua tese sobre a existência de uma violência estrutural de gênero que obriga às mulheres a abortar e reprovou o senador socialista acho que seu grupo tem o "monopólio" desta expressão. "Por que vocês acham que têm o monopólio da defesa das liberdades e dos direitos das mulheres?", perguntou-lhe.

"Enquanto exista na Espanha a mais mínima possibilidade de que uma mulher não possa exercer em plenitude seu direito à maternidade, deste grupo parlamentar e deste Governo terá sempre a solidariedade e não a atitude de silêncio cúmplice culpável do partido socialista", afirmou.