Entre as centenas de milhares de peregrinos na JMJ Cracóvia 2016, há dois irmãos que se reencontraram depois de três anos de separação, devido à guerra na Síria.

“Sou da Síria”, disse Yousef Astfan, de 34 anos, um país que “foi dividido”. Yousef participou pela primeira vez da Jornada Mundial da Juventude em Madri (2011). Agora, está em Cracóvia com seu irmão Al Astfan, de 25 anos, que pela primeira vez participa deste evento.

“É genial. Esta é uma grande oportunidade para conhecer pessoas de todo o mundo, em nome de Jesus”, disse ao Grupo ACI.

Yousef compartilhou seus pensamentos a respeito deste multitudinário encontro de jovens católicos: “Isto dá um bom impulso para a fé, estar aqui e ver todos estes cristãos, porque todo mundo diz que na Europa já não há cristãos”, afirmou.

“Eu não vejo isto. Sinto-me orgulhoso de que todos estes cristãos estejam aqui. Especialmente quando lutamos por nosso cristianismo na Síria”, sustentou.

“Ser cristão na Síria é uma maldição. Podem assassinar você por isso”, acrescentou.

Os pais dos irmãos Astfan, sua irmã e a esposa de Yousef continuam na Síria. “Eles vivem em Alepo. Esta cidade é muito perigosa, mas não querem deixar seu país”, assinalou Yousef.

Al Astfan vive na Alemanha como refugiado há 18 meses. Está estudando para conseguir seu diploma de mestre em engenharia mecânica. “"Quero continuar meus estudos”, expressou.

Por sua parte, Yousef vive e trabalha atualmente em Dubai. Os dois irmãos acabaram de se reencontrar na terça-feira, 26 de julho, primeiro dia da JMJ.

“Encontrei-me com ele exatamente há quatro horas”, disse Yousef. “Esta é a primeira vez que o vejo depois de três anos. Desde que foi embora da Síria, não nos víamos”.

“Não posso acreditar que finalmente esteja aqui comigo”, acrescentou. “Minha família está muito feliz porque enfim nos encontramos. Também queriam estar aqui”.

Seu irmão, Al Astfan, também se comoveu por este encontro. “Isto é genial, recordamos velhos tempos”, assinalou.

Yousef sustentou que os cristãos que vivem livres de perseguição violenta devem apreciar o que têm: “Eles não valorizam a sorte que estão vivendo”, lamentou Yousef. “Somente posso dizer às pessoas e levantar a voz: vocês estão vivendo em uma sorte, conservem-na, façam o que tenham que fazer”.

Também enviou uma mensagem aos leitores do Grupo ACI: “Apenas rezem pela Síria. Não podem fazer mais nada”.

A guerra na Síria começou em 2011. Mais de 270 mil pessoas morreram por causa dela, enquanto mais de 12 milhões se deslocaram ou se tonaram refugiados. Em meio a essas penúrias, uma grande quantidade de cristãos e outras minorias sofrem perseguição.

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