Em uma rápida pesquisa na internet sobre uma das videntes de Fátima, a Irmã Lúcia de Jesus, é possível encontrar vários artigos afirmando que a religiosa teria substituída por uma impostora, informação que foi desmentida recentemente pelo site ‘O Catequista’.

Segundo o artigo, os que defendem essa teoria da falsa Irmã Lúcia tem a intenção de “desqualificar o apoio que ela deu ao Concílio Vaticano II” (CVII) e “são, em sedevacantistas: dizem que nenhum Papa é legítimo desde São João XXIII, e portanto o trono de Pedro estaria vazio”.

“Como os sedevacatistas não aceitam que haja uma religiosa tão respeitável ao lado do CV II, desesperadamente, inventam qualquer mentira para continuar fiéis a seus delírios”.

Irmã Lúcia era prima de São Francisco e Santa Jacinta Marto, canonizados pelo Papa Francisco no marco do centenário das aparições da Virgem de Fátima, em maio de 2017.

Os três pastorinhos de Fátima presenciaram as aparições da Mãe de Deus na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917, quando a Virgem convidou o mundo à oração, penitência e conversão.

Francisco e Jacinta faleceram ainda criança, em 1919 e 1920, respectivamente, devido a uma terrível epidemia de bronco-pneumonia.

Lúcia, por sua vez, ingressou em 1921 no o colégio das Irmãs Doroteias na cidade de Vilar, nas redondezas do Porto, de onde se transferiu em 1928 à cidade espanhola de Tui, onde viveu alguns anos.

Em 1946, retornou para Portugal e, dois anos depois, entrou no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, onde professou seus votos como carmelita em 1949. Faleceu neste Carmelo, no dia 13 de fevereiro de 2005, anos 97 anos.

Entretanto, os que alegam que a religiosa portuguesa teria sido substituída por uma impostora afirmam que, na verdade, Ir. Lúcia teria falecido em 31 de maio de 1949, no Carmelo de Coimbra.

“O principal argumento usado por essa gente são as fotos que mostram as diferenças de traços no rosto da irmã Lúcia quando era mais nova, e sua imagem mais recente”, indica o artigo publicado por O Catequista.

Tais diferenças seriam perceptíveis no sorriso da religiosa, nas maçãs do rosto e no queixo.

Porém, essas três características que os defensores da “farsa” usam como argumento podem  ser derrubadas por “pelo menos três fatos”.

Segundo ‘O Catequista’, há como provas de que a vidente de Fátima nunca foi substituída e consta “o testemunho das irmãs do convento de Coimbra de que a irmã Lúcia passou usar prótese dentária”.

A esse ponto, somam-se “a opinião de dentistas sobre a protuberância do queixo; e fotos de parentes da irmã Lúcia que se parecem muito com aquela que acusam de impostora”.

O artigo que desmente a teoria da “falsa Irmã Lúcia” cita a biografia da religiosa escrita pelas próprias irmãs do Carmelo de Coimbra, ‘Um caminho sob o olhar de Maria’, na qual relatam que a vidente de Fátima passou a usar prótese dentária em 1948.

Na época, “Dr. Alcino Magalhães removeu vários dentes da irmã Lúcia, que estavam muito estragados e lhe causando dores terríveis. Depois, ele colocou uma prótese no lugar. Isso aconteceu antes de ela deixar as Irmãs Doroteanas em Pontevedra, na Espanha”.

Além disso, ao contrário dos que afirmam que “uma irmã tão desprendida como Lúcia não colocaria prótese dentária por vaidade, para melhorar a aparência”, o artigo sublinha que “dentes não cumprem mera função estética, mas servem, sobretudo, para nos permitir mastigar bem os alimentos”.

Outra comprovação apresentada para desvendar a “treta” é uma refutação feita por Padre Orlando Henriques, da Diocese de Coimbra, a qual reforça o fato de que a religiosa “começou a usar prótese dentária”.

Além disso, a “perda de dentes pode, também, explicar a deformação do sorriso e do queixo”, uma vez que “falta dos dentes altera (e muito!) a fisionomia, nomeadamente em volta da boca”, assinala Pe. Orlando.

Acrescenta-se ainda a “decadência natural, própria da idade, que leva a transformações no rosto”. “Um dentista poderá confirmar isto, bem como a comparação de fotografias da Irª Lúcia com fotografias de outros familiares em idade semelhante”, ressalta.

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Para completar, Padre Orlando Henrique chama a atenção para o fato de que os defensores da existência de uma Ir.a Lúcia falsa “nunca citam nenhum documento em concreto, nem referem nenhum nome de Bispo nem vigário nem chanceler da Diocese de Coimbra” que comprovem essa teoria.

“São um grupo cismático”, declara o sacerdote, exortando a ter “cuidado com esses sites”.

Nesse sentido, ‘O Catequista’, que está com uma campanha na internet para impulsionar a sua missão (catarse.me/ocatequista), sentencia que “jamais houve uma irmã Lúcia falsa. A única coisa que havia de falso nela eram os dentes que o Dr. Alcino Magalhães lhe colocou em 1948”.

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