A Conferência Episcopal Dominicana (CED) fez um novo apelo para proteger a dignidade da mulher e para defender a vida e a família, esta última ameaçada pela ideologia de gênero, inventada pelas “elites de certos países ricos” a fim de destruir a família, promovendo a libertinagem sexual em adolescentes e jovens, o homossexualismo e o aborto.

Os bispos fizeram esta advertência em sua Carta Pastoral “A Mulher na Sociedade Dominicana”, publicada por ocasião da Festa de Nossa Senhora da Altagracia, padroeira do país. No texto também exortaram as autoridades a impedir mais atos violentos contra as mulheres, promovendo o respeito à sua dignidade.

“As elites de certos países ricos, donos dos grandes laboratórios e fábricas de armas mortais, sob o pretexto da superpopulação com o apoio de organismos internacionais de prestígio, inventaram a ideologia de gênero, cujo propósito principal encoberto é destruir a família e acabar com todos os princípios éticos e morais”.

“Essa corrente ideológica – denunciaram – é a promotora da libertinagem sexual em adolescentes e jovens, do homossexualismo, do lesbianismo e do aborto”.

Em sua carta, os bispos recordaram que o Papa Francisco “faz uma alerta sobre esta corrente ideológica” que “nega a diferença e a reciprocidade natural do homem e da mulher”.

“O ‘masculino’ e o ‘feminino’ diferenciam dois indivíduos que têm a mesma dignidade, que não possuem uma igualdade estática, porque o especificamente feminino é diferente do especificamente masculino. Ambos se complementam, não só do ponto de vista físico, mas também psíquico e ontológico. Deus confia a esta unidade não só a procriação, como também a construção da história”, assinalou a CED.

A respeito do aborto, os bispos advertiram que “nenhum católico” deve ter “a menor dúvida de que é um dos piores crimes da humanidade”.

“Como sublinha o Papa Francisco: ‘O aborto não é um mal menor: é um crime. É descartar um para salvar o outro. É aquilo que a máfia faz. É um crime. É um mal absoluto’. E acrescenta: ‘É necessário reiterar a oposição mais firme a qualquer atentado ao direto à vida, especialmente a vida inocente e indefesa, e o neonato no seio materno, que é o inocente por antonomásia’”, acrescentaram.

O Episcopado também denunciou “o tráfico de pessoas” ao qual são submetidas muitas mulheres. “O país foi identificado como fornecedor de mulheres para o negócio ilícito da indústria do ‘entretenimento mundial’. Nesta ordem, esperamos que sejam realizados maiores esforços na aplicação da lei 137-03 que condena o tráfico ilícito de pessoas”, exortaram.

Em seu texto, os bispos destacaram que, apesar das dificuldades, “nossas mulheres, generosas e trabalhadoras estão cheias de esperança, com a consciência de que todo seu sofrimento não será em vão e que chegará o dia em que se acenderá a luz da ressurreição em nosso povo e haverá respeito à dignidade humana, oportunidade de educação e de trabalho para todos e onde florescerão a unidade, o amor, a paz e a felicidade para todas nossas famílias dominicanas”.

Do mesmo modo, recordaram o papel da mulher na vida da Igreja.

“Com o Pontificado do Papa Francisco, está sendo impulsionada a diretriz mais carente, a participação da mulher. Ele considera que nenhuma outra criatura viu brilhar sobre ela o rosto de Deus como Maria, que deu um rosto humano ao Verbo eterno, para que todos pudessem contemplá-lo”, expressaram.

A República Dominicana “tem mais de 100 congregações femininas. Este fermento do Reino de Deus possui o endereço, em diversos pontos do país, de numerosos centros: educativos, assistenciais, de saúde, espiritualidade, comunicação e outros”.

Os bispos concluíram a sua carta pastoral convidando a respeitar a dignidade da mulher “e, especialmente, a educar as crianças, adolescentes e jovens para que façam o mesmo”. “Nada de violência contra a mulher, que não sejamos capazes de danificar a linda obra do Criador!”, expressaram.

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