No domingo, 2 de setembro, mais de 150 mil pessoas marcharam em defesa da vida e da família na Guatemala, realizando uma das manifestações mais numerosas da história do país.

A "Grande Marcha Nacional Guate pela Vida e pela Família" foi organizada pelo movimento cidadão Transformemos Guate, para manifestar-se pacificamente contra dois projetos de lei que poderiam incorporar à legislação nacional a ideologia de gênero e o aborto.

Trata-se do projeto de lei 5395, de "identidade de gênero", e 5376, "de proteção integral, acesso à justiça, reparação digna e transformadora para meninas e adolescentes, vítimas da violência sexual, exploração sexual e tráfico de pessoas".

Com a última proposta legislativa, pretenderiam "legalizar o aborto até 12 semanas de gestação", sem dar "uma solução real para que a violência, exploração sexual e o tráfico de pessoas, sejam erradicados", afirmou Transformemos Guate.

Desde às 14h (hora local), os cidadãos de todo o país, usando roupas azuis e cartazes a favor da vida, percorreram a cidade, saindo da Praça Itália, passando pelo ‘Paseo de la Sexta’, até chegar à Praça da Constituição, onde havia sido instalado um palco .

Neste local, reuniram-se fiéis de todo o país da Igreja Católica, membros das igrejas evangélicas, assim como judeus e cidadãos sem filiação religiosa, para ouvir as manifestações de pais e mães de família.

Em entrevista ao Grupo ACI em 3 de setembro, Aída Lorenzo de Juárez, responsável pela Pastoral Arquidiocesana da Vida na Guatemala, disse que a organização ficou "muito surpresa com a resposta dos cidadãos".

"A Praça da Constituição ficou lotada duas vezes, porque as pessoas continuavam chegando. Nós tínhamos apenas uma rua de acesso à praça, mas no final tiveram que abrir outras duas ruas paralelas, porque já não cabia mais gente", disse Lorenzo.

Também destacou que, desde o começo da marcha, "houve uma mensagem de unidade, milhares de famílias apoiando" e "líderes representando as suas igrejas".

O Administrador Apostólico da Guatemala, Dom Raúl Martínez, representou a Igreja Católica.

"A Guatemala marcou a história. A praça nunca havia ficado tão cheia. Os habitantes da Guatemala se uniram à causa muito pacífica, cheia de amor e alegria. Foi realmente uma festa cívica. Atrevo-me a dizer que nunca tivemos uma marcha tão numerosa no país", destacou a responsável pela pastoral.

Em um comunicado publicado em 2 de setembro, Transformemos Guate indicou que o objetivo da marcha foi "o respeito pleno ao direito à vida e à proibição expressa do aborto em qualquer forma em todo o território da República da Guatemala".

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Também pediram pela "vigência do projeto original da família sobre a base legal do casamento entre um homem e uma mulher para viver juntos, procriar, alimentar, educar os seus filhos e ajudar-se entre si".

Finalmente, o movimento cidadão rejeitou totalmente “toda lei ou norma, projeto, programa, política, convênio ou projeto de lei, presente ou futura, que promove direta ou indiretamente a despenalização ou a validação do aborto, a ideologia de gênero, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a interferência do Estado no direito dos pais de educar e orientar os seus filhos em sua sexualidade de acordo com os seus valores".

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