Durante a 16ª edição do Grito dos excluídos em Recife, grupos feministas e homossexuais aproveitaram a reunião para tentar promover suas idéias no evento criado e promovido pela CNBB em todo o país que este ano teve por lema: a vida em primeiro lugar. Nem mesmo a presença do arcebispo Dom Fernando Saburido intimidou as feministas do MMM (Marcha Mundial das Mulheres) e homossexuais do grupo “Leões do Norte”, que buscaram tirar proveito do evento para promover a despenalização do aborto e a ideologia de gênero apresentada como “diversidade”.

Não é a primeira vez que grupos anti-católicos se valem da iniciativa para tentar promover suas idéias. Esta foi a razão pela qual o arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, decidiu não realizar o Grito em sua diocese este ano. Em um comunicado de imprensa Dom Pagotto afirmou que «em relação ao grito dos excluídos: a Arquidiocese não apoia e nem mais organiza, porque nos últimos anos participam do evento entidades de movimentos que são contra dogmas e ensinamentos da Igreja Católica, como por exemplo, aquelas que pedem a descriminalização do aborto e defendem o uso da camisinha».

O evento no Recife contou com a participação de 5000 pessoas junto à do arcebispo local, Dom Fernando Saburido, que segundo informa o Diário de Pernambuco «discursou em cima de um trio elétrico, questionando o problema das desigualdades sociais e defendendo que a vida humana deve sempre ser mantida em primeiro plano».

Entretanto, como foi denunciado pelo site www.deuslovult.org e pela página da Arquidiocese de Olinda e Recife «o desfile paralelo à comemoração oficial do Dia da Independência teve um tom pacato, sem violência, porém permeado por discursos inflamados. (...)Por cerca de uma hora e meia, representantes de diversas classes (estudantes, idosos, trabalhadores, feministas) empunharam cartazes e faixas com mensagens em prol de causas sociais como a reforma agrária e a diminuição da carga horária de trabalho de 40 horas».

Membros da mencionada ONG gay Leões do Norte, balançavam o seu bandeirão ao longo de toda a avenida aos gritos de “viva a diversidade!”. Já a abortista MMM (Marcha Mundial das Mulheres) e outro grupo chamado “Grupo Mulher Maravilha”, buscavam afirmar o PNDH-3 e a descriminalização do aborto no Brasil.

Segundo relata  www.deuslovult.org: “Em um certo momento, uma mulher que estava no alto de um dos trios pega o Microfone: “nós estamos aqui para defender o direito à vida das mulheres, porque há milhões de mulheres morrendo por falta de apoio do Governo na questão do aborto. O Governo tem que oferecer assistência às mulheres, nos hospitais públicos, quando elas decidem interromper a gravidez. E as igrejas têm que deixar de discriminar as mulheres que optam pela interrupção da gravidez”.

Segundo o coordenador nacional do Grito dos Excluídos 2010, Ari Alberti, o tema deste ano visa os direitos essenciais: “A luta principal do Grito é pela vida”, afirmou Alberti, deixando claro que a CNBB não apóia a participação destes grupos que aproveitam o evento para promover idéias contrárias à doutrina da Igreja nos temas da vida e a moral sexual.