Junto com os atentados às Igrejas, os cristãos iraquianos sofrem outro tipo de terrorismo, o “terrorismo psicológico”, tal como  denunciou o Pe. Nizar Semaan, sacerdote da diocese de Mosul.

Em um artigo publicado no jornal La Razón, o Pe. Semaan assinala que os fundamentalistas islâmicos realizam no Iraque “uma matança cultural e psicológica” ao obrigar os cristãos “a comportarem-se como não querem”.

Um exemplo é a perseguição que sofrem as jovens cristãs, que recebem constantes ameaças por meio de panfletos nas portas da universidade ou da igreja.

O sacerdote disse que os integralistas procuram obrigá-las a usar o véu islâmico, isto tem feito que várias o levem na bolsa e o ponham quando existe perigo.

“Não me cansarei nunca de pedir aos líderes do mundo árabe uma condenação clara ao terrorismo, que de momento não se produziu”, afirmou o sacerdote de origem síria. Acrescentou que os jornais árabes informam sobre os atentados terroristas em tom triunfalista, “em vez de fomentar um isolamento social” para eles.

Mais ataque

Ataques em suas próprias casas, seqüestros e assassinatos à mãos de fundamentalistas, vêm denunciando os cristãos iraquianos, tal como manifestou uma religiosa que preferiu permanecer no anonimato por motivos de segurança.

A família de Mazen Sako, residente no Nínive, foi atacada por integralistas, que quando entrava  em sua casa lhe disseram: “viemos exterminá-los, é o fim para os cristãos”.

Pouco lhe valeu resistir, porque imediatamente os fundamentalistas mataram  seu filho de dez anos.

Citando à agência Fides, o jornal espanhol relata que para  Elias, um leigo sírio que vive em Bagdá, a situação no país é terrível. “Aqui há uma guerra civil. Se continuarmos assim, o cristianismo no Iraque poderiam  desaparecer muito em breve. Já fugiram que Bagdá ao menos 4.000 famílias cristãs”, afirmou.

Segundo Elias, os cristãos devem agora celebrar Missa “nos subsolos das Igrejas”, como se fossem catacumbas modernas.

Denúncias de ameaça e assaltos também chegam do patriarcado caldeu de Mosul.

Fontes do patriarcado afirmaram que a única solução é o isolamento dos extremistas. Informaram que se dirigiram “aos chefes muçulmanos para que possamos viver em paz uns com outros, porque não queremos que uma minoria de extremistas danifique a imagem de tolerância religiosa e pacífica”.