Oito crianças do setor de oncologia do Instituto Previdência Social (IPS), em Assunção, Paraguai, receberam com imensa alegria os sacramentos da Primeira Comunhão e Crisma, demonstrando assim que, apesar da doença e da dor, “o amor de Deus se manifesta no sorriso de cada um deles”.

A celebração aconteceu no dia 20 de julho, na festa do Divino Niño (Menino Divino) e na companhia das famílias, equipes médicas e membros da Paróquia Pessoal da Saúde “São Pio de Pietrelcina”, da Pastoral da Saúde arquidiocesana.

Gabriela Larré é uma das catequistas que preparou as crianças entre 8 e 16 anos, durante dois meses e meio, ajustando suas visitas aos tempos em que as crianças estavam internadas.

Ela conversou com o Grupo ACI sobre o “privilégio” de realizar este trabalho pastoral e manifestou que “eles se prepararam por vontade própria, buscavam Deus, encontrar a esperança, saber que há alguém superior que os ama e os espera não importa como estejam: com ou sem cabelo, limpos, sujos, Deus sempre está lá para eles”.

“Mais do que levar apenas um sacramento, é uma necessidade urgente a evangelização diária. É um objetivo por dia como entregar-lhes carinho, que conheçam Deus, acompanha-los, fazer com que corriam, perguntar o que eles queriam no dia a dia”, assegurou.

Gabriela se sentiu surpreendida, porque as crianças manifestavam a necessidade de “muito afeto, ternura e companhia, porque muitos deles já não podem ir ao colégio, fazer esporte ou atividades da vida cotidiana. Eles enfrentam não apenas a morte, mas também perdas como o cabelo, a visão, os dedos, cada dia perdem algo”.

Pe. Miguel Ortigoza, pároco e capelão da Paróquia Pessoal da Saúde “São Pio de Pietrelcina”, explicou que desde a criação da paróquia, em 11 de fevereiro de 2016, acompanhou pacientes, familiares e o pessoal do hospital, celebrando Missas e ministrando a Unção dos Enfermos, atendendo confissões, fazendo batismos de urgências.

Nesse sentido, a celebração dos sacramentos das crianças com câncer, na capela Maria Mãe da Igreja, localizada no interior do hospital, foi o primeiro deste tipo.

O sacerdote presidiu a Eucaristia e disse que “foi uma vivência de fé bastante forte e alegre para todos, mais ainda vendo os olhos das crianças que, cheios de luz e de amor, recebiam Jesus Sacramentado”.

Isso nasceu de um “desejo das próprias crianças que passam tempo internadas no setor oncológico, não podendo realizar um caminhar de fé em suas próprias comunidades”.

“Assim, surgiu a preocupação dos próprios profissionais da saúde que cuidam deles, médicas, enfermeiras, psicólogas, professoras e assistentes sociais, de lhes dar a possibilidade para celebrar este encontro Eucarístico”, explicou.

O sacerdote também recordou as crianças e adolescente “que não puderam estar por motivos alheios a sua vontade e outros que chegaram não chegaram ao dia da festa Sacramental, pois se adiantaram ao encontro pleno com o Senhor na grande festa do céu”.

Tanto Gabriela como o sacerdote destacaram a solidariedade do pessoal do hospital, aos quais chamam “Pastoral de Pediatria”, que apoiou e ajudou na bela celebração e que “assumiram o desafio no setor de oncologia, de seguir em frente e ser uma mão de ajuda para a Pastoral da Saúde Arquidiocesana”, afirmou Pe. Ortigoza.

“Esses encontros, especialmente com as crianças, são uma grande catequese para nós mesmos, porque nos chama a nos deixarmos transformar pelos pequenos. Desejamos que esta Pastoral da Saúde na Arquidiocese continue crescendo paulatinamente, sendo presença viva da Igreja como uma pastoral humanizadora e evangelizadora, tocando a carne do Cristo que sofre”, finalizou o capelão.

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