Na terça-feira, 27 de janeiro, realizou-se a sessão de abertura da causa de beatificação da Serva de Deus Chiara Lubich, fundadora do movimento dos Focolares. A cerimônia aconteceu na Catedral de Frascati, Roma, e foi presidida pelo Bispo Raffaelo Martinelli.

O Prelado esteve acompanhado de vários cardeais, arcebispos, bispos, numerosos representantes dos movimentos e associações católicos e ortodoxos, muçulmanos e budistas; assim como autoridades civis.

Na cerimônia foi lida uma mensagem do Papa Francisco, assinada pelo Cardeal Pietro Parolin, na qual o Santo Padre desejou “que o luminoso exemplo de vida da fundadora do Movimento dos Focolares suscite em todos os que conservam a sua preciosa herança espiritual renovados propósitos de fiel adesão a Cristo e de generoso serviço à unidade da Igreja”.

Segundo um comunicado dos Focolares, o Cardeal Tarcisio Bertone, ex-secretário de Estado do Vaticano, foi o encarregado de ler a mensagem do Papa Francisco, na qual o Pontífice também “invoca abundantes dons do divino Espírito sobre todos os que se empenham na Postulação e exorta para que se faça conhecer ao povo de Deus a vida e as obras daquela que, acolhendo o convite do Senhor, acendeu para a Igreja uma nova luz no caminho em direção à unidade”.

Depois da oração das Vésperas, Dom Martinelli apresentou esta abertura do processo como um motivo para “dar glória e louvar a Deus nosso Pai, porque através de seus filhos e filhas faz brilhar a sua glória”.

“É um serviço que queremos prestar à Igreja para oferecer um testemunho de fé, esperança e caridade por meio da obra e da vida de uma de suas filhas”, acrescentou o Prelado.

Deste modo destacou que este trabalho não é fácil, por isso, deve ser feito com objetividade, serenidade e fez votos de que, com o processo agora iniciado, “possa brilhar mais e mais a glória do Senhor, da qual Ele quis fazer partícipe a sua e nossa Serva de Deus”.

A atual Presidente dos Focolares, Maria Voce, expressou que “acolhendo o carisma que lhe foi dado por Deus, Chiara se desgastou para que este caminho de vida evangélica fosse percorrido por muitos, em uma sempre renovada determinação por ajudar aqueles que conhecia para que colocassem a Deus em primeiro lugar e para que fossem ‘Santos juntos’”.

“O seu olhar e o seu coração eram movidos por um amor universal, capaz de abraçar todos os homens para além de qualquer diferença, sempre voltado a realizar o testamento de Jesus: ‘Que todos sejam um’”.

Com o início da causa diocesana, a Igreja atribui o título de Serva de Deus a Chiara Lubich, enquanto se continua com a recopilação dos seus escritos inéditos e escutando as testemunhas.

A postulação, nomeada pela presidente dos Focolares é formada pelo postulador, Pe. Silvestre Marques, português, e pelos vice-postuladores: a italiana Lucia Abignente e Waldery Hilgeman, holandês. A próxima sessão, estabelecida pelo tribunal e na qual se escutará o testemunho de Maria Voce, será realizada em 12 de fevereiro de 2015.

Chiara Lubich nasceu em 22 de janeiro de 1920 em Trento e morreu em 14 de março de 2008 em Rocca di Papa, rodeada por seus seres queridos. Atualmente o movimento dos Focolares se encontra em 182 países e conta com cerca de dois milhões de aderentes e simpatizantes, em sua maioria católicos.

No movimento dos Focolares participam “cristãos de 350 Igrejas e comunidades eclesiais: muitos fiéis de várias religiões, entre os quais judeus, muçulmanos, budistas, hindus, sikh… e pessoas de convicções não religiosas”.

Mais informações em: http://www.focolare.org/pt/