Considerado o principal artista sacro da atualidade no Brasil, Cláudio Pastro faleceu na madrugada deste dia 19 de outubro, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo (SP). Autor de muitas obras, um de seus últimos trabalhos foi o monumento em honra a Nossa Senhora Aparecida inaugurado em setembro nos Jardins Vaticanos.

O velório de Pastro acontece no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra (SP). Seu sepultamento acontecerá às 16h, no cemitério do Mosteiro, precedido da Eucaristia em ação de graças por sua vida e ressurreição.

Ao divulgar a notícia em suas redes sociais, Dom Darci José Nicioli, Arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, pediu para que “rezemos ao bom Deus que acolha em sua casa este servo bom e fiel”.

Responsável pelos bens culturais no Regional Leste 2 da CNBB, Dom Gil Antonio Moreira, declarou: “Este irmão, com quem pude ter boa amizade, e que serviu a Igreja no Brasil e em outras partes do mundo, com seu dom extraordinário na área litúrgica. Na ressurreição, vai cantar as maravilhas de Deus eternamente”.

Nascido em 1948, em São Paulo, Cláudio Pastro era um dos mais renomados artistas plásticos especialista em arte sacra do Brasil e do mundo. Devoto da espiritualidade beneditina, recebeu o título de oblato. E, em reconhecimento por sua relevante contribuição à arte sacra, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, em 2007, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Começou a se dedicar à arte sacra em 1975. Cursou teoria e técnicas de arte na Abbaye Notre Dame de Tournay (França), no Museu de Arte Sacra da Catalunha (Espanha), na Academia de Belas Artes Lorenzo de Viterbo (Itália), na Abadia Beneditina de Tepeyac (México) e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Sua arte pode ser admirada em capelas, igrejas, catedrais e mosteiros pelo Brasil e também no exterior, tendo trabalhado na Itália, Alemanha, França e Espanha.

Foi o artista escolhido pela Santa Sé para conceber a imagem do Cristo Evangelizador do Terceiro Milênio, para as celebrações do Jubileu do ano 2000, obra que se encontra permanentemente exposta no Vaticano.

Desde o ano 2000, Cláudio Pastro era o responsável por toda a arte do maior santuário mariano do mundo, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Entre tantos projetos desenvolvidos na Casa da Mãe, está o nicho que abriga a imagem original da Virgem Aparecida.

Em 2013, foi o responsável pela criação de todas as peças litúrgicas que o Papa Francisco utilizou na celebração das Missas em Aparecida e no Rio de Janeiro, pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Por ocasião do Jubileu dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida – que teve início no último dia 12 de outubro –, Pastro também criou a medalha comemorativa, bem como o monumento que foi inaugurado recentemente nos jardins do Vaticano, em Roma, no Santuário Nacional, em Aparecida (SP), e futuramente em Brasília (DF), na sede da CNBB.

O Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, publicou uma nota de pesar pelo falecimento do artista plástico, na qual assinala que “Cláudio Pastro deixa sua marca de artista sacro em inúmeras obras realizadas em igrejas e capelas no Brasil e exterior”.

O Cardeal, porém, sublinha que a maior obra de Pastro, “fruto de seu talento e trabalho e amor à Virgem Maria, se encontra na Basílica Nacional da Padroeira do Brasil, cujo ápice é a cúpula, que, nas suas palavras ‘deseja ser um hino de louvor e ação de graças, através da liturgia, o Mistério Pascal celebrado nesse lugar’”.

“A sua obra no Santuário Nacional de Aparecida – acrescenta o Arcebispo –, admirada por milhares de peregrinos que acorrem a este templo, permanecerá como uma perene recordação de sua fé e de seu talento”.

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