Nesta segunda-feira, morreu na Itália o grande compositor e vencedor do prêmio Oscar Ennio Morricone, aos 91 anos. Considerado um dos melhores músicos do cinema, é autor de trilhas sonoras de vários filmes icônicos como "A Missão", "Cinema Paradiso" e "O bom, o mal e o feio".

Segundo informa a agência italiana ANSA, Morricone faleceu aos 91 anos, depois de algumas complicações decorrentes de uma queda recente na qual fraturou o fêmur.

Apesar de suas muitas e belas composições, só recebeu o Oscar de melhor trilha sonora em 2016, aos 87 anos, pela música de "Os Oito Odiados", na mesma cerimônia em que Leonardo di Caprio foi premiado como melhor ator.

Um ano antes, concedeu uma entrevista à Famiglia Cristiana, na qual falou sobre sua fé. Naquela ocasião, Morricone, que estava afiliado ao Partido Comunista Italiano, recordava que provém “de uma família cristã. Minha fé nasceu em minha família. Meus avós eram muito religiosos. Minha mãe, minhas irmãs e eu sempre rezamos antes de ir para a cama".

Lembro-me do período da guerra. Durante esses terríveis anos, rezávamos o Terço. Todos estávamos muito impressionados. Vejo-me de novo, meio dormido, respondendo às Ave-Marias de meu pai. Sempre fomos religiosos. Íamos à Missa aos domingos e comungávamos.

Morricone também dizia que rezava “uma hora por dia, inclusive mais. É a primeira coisa que faço. Também durante o dia, aleatoriamente. Pela manhã me coloco diante deste Cristo. E também pela noite. Espero que minhas orações sejam escutadas”.

O compositor também refletiu sobre a relação entre Deus e a música, dizendo que “a música certamente está próxima de Deus. Ao mesmo tempo, a música está projetada na alma e no cérebro do homem. Permite-lhe meditar".

Nos últimos anos, também compôs música sacra, como a peça “Amém” para o coro da Igreja de Santa Maria dos Anjos, em Roma, por ocasião de um festival no qual participaram coros de todo o mundo. Ele também compôs uma Via-Sacra e uma obra sobre a criação.

Ennio Morricone nasceu em Roma em 1928. Teve um irmão que morreu aos 3 anos, sofreu a tragédia e a fome durante a Segunda Guerra Mundial. Entrou ao conservatório com 12 anos. Em 1956, casou-se com Maria Travia, com quem permaneceu durante toda a vida.

Não compôs apenas músicas de filmes, mas também músicas sinfônicas e outros arranjos. Trabalhou com muitos diretores famosos, como Bernardo Bertolucci, Brian De Palma, Oliver Stone e Pedro Almodovar. Recebeu 27 discos de ouro e 7 discos de platina.

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