Diante da possível legalização do aborto na Coreia do Sul, uma associação de universitários pró-vida apresentou uma carta solicitando o apoio do Papa Francisco na luta pelo direito à vida no país asiático.

Em 21 de agosto, a Associação de Estudantes Pró-Vida da Coreia do Sul e uma delegação de sacerdotes se encontraram com o Núncio Apostólico na Coreia, Dom Alfred Xuereb, para entregar uma mensagem ao Papa Francisco em nome dos estudantes de seis universidades da Coreia do Sul.

A presidente da associação, Anna Choo Hee-Jin, de 26 anos, assinalou na carta que, apesar dos protestos dos estudantes pró-vida, o “atual governo coreano, pressionado pela reivindicação feminista de 'direito de escolha', não está a favor de proteger o recém-nascido”.

Choo indicou que a força humana "não é suficiente nesta luta para proteger a vida" e destacou que o que eles mais precisam neste momento é a oração e a fortaleza.

“Portanto, se possível, gostaríamos de pedir a sua bênção e suas palavras de incentivo para que todos possamos continuar promovendo a cultura da vida”, pediu a estudante ao Santo Padre.

Os alunos incluíram na carta um documento em italiano onde apresentam uma proposta para ajudar as grávidas a escolherem a vida.

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul decidiu em abril de 2019 que as leis do Código Penal de 1953 que sancionam o aborto no país são inconstitucionais e deu aos legisladores até 31 de dezembro de 2020 para avaliar a lei, que legalizaria o aborto no país até cinco meses de gestação.

“Os embriões dependem completamente do corpo da mãe para a sua sobrevivência e desenvolvimento, por isso não é possível concluir que sejam seres vivos separados e independentes com direito à vida”, argumentou o tribunal.

O aborto na Coreia do Sul está despenalizado desde 1973 nos casos de gravidez devido a estupro ou incesto, ameaça à saúde da mulher ou em casos de certas doenças.

O Núncio indicou aos estudantes que o Papa Francisco receberia a carta e os documentos antes de 25 de agosto.

Além disso, em 20 de agosto, o Arcebispo de Seul, Cardeal Andrew Yeom Soo-jung, junto com uma delegação católica se reuniu com o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, para apresentar suas preocupações sobre a possível legalização do aborto no país.

O Comitê pela Vida da Arquidiocese de Seul pediu que a lei revisada inclua aconselhamento obrigatório para mulheres que estejam considerando o aborto, requisitos de responsabilidade financeira para os pais biológicos e a capacidade legal para que as mães possam dar à luz de forma anônima devido ao estigma cultural que há sobre as gravidezes fora do casamento na Coreia.

De acordo com o Instituto Coreano de Saúde e Assuntos Sociais, até 2017 foram realizados cerca de 50 mil abortos no país.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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