O Papa Francisco enumerou quatro pilares que devem sustentar a formação de todo seminarista: a oração, a vida comunitária, a vida de estudo e a vida apostólica.

Em um discurso improvisado ante a Comunidade do Pontifício Seminário Romano Regional Pugliese Pio XI, em 10 de dezembro, o Santo Padre indicou, dirigindo-se aos seminaristas presentes, que “vocês, no seminário, devem estudar, aprender a crescer na oração, conhecer a vida espiritual. No seminário são muitos seminaristas e a vida comunitária é importante”.

Para o Pontífice, esses quatro pilares são fundamentais. Estudar é importante “porque o mundo não tolera o papelão de um sacerdote que não entende as coisas, que não tem um método para entender as coisas, que é incapaz de dizer as coisas de Deus com fundamento”, mas também é importante “a vida espiritual, a oração; ou a vida comunitária com os companheiros, ou a vida apostólica, atender a comunidade paroquial”.

“Os quatro pilares são necessários na formação e se falta um deles, a formação não é equilibrada”, indicou.

Além disso, assegurou que “a vida do sacerdote deve ser fecunda. Sim, fecunda! Não somente para que seja um bom padre que segue todas as regras. Não, não. Que dê vida aos outros! Que seja pai de uma comunidade. Um sacerdote que não é pai não serve”.

Neste sentido, o Bispo de Roma destacou que “a paternidade da vocação pastoral significa dar a vida, fazer a vida crescer; não passar desapercebido na vida de uma comunidade. E deverá fazê-lo com coragem, fortaleza e ternura”.

“Olhem para seus pais na fé”, exortou os seminaristas. “Olhem para seus pais e peçam ao Senhor a graça da memória, da memória eclesial”.

“‘A história da salvação não começa comigo’, devemos dizer isso para nós mesmos. ‘A minha Igreja tem uma tradição, uma longa tradição de bravos sacerdotes’. A Igreja tem que levá-la adiante”.

E essa tradição, assinalou Francisco a cada seminarista, “não terminará contigo. Deve deixá-la como herança ao que ocupe o seu lugar. Padres que recebem a paternidade dos outros e a dão aos outros”.

O Papa recordou uma anedota que ocorreu quando encontrou um sacerdote de uma pequena localidade e perguntou-lhe: “‘O que você faz?’. ‘Eu conheço o nome de cada paroquiano’. ‘De cada um?’. ‘De todos, inclusive dos seus cães’”.

“Era um sacerdote próximo às pessoas”, destacou Francisco.

“E aqui chegamos a uma palavra que quero dizer-lhes, seminaristas: ‘proximidade’. Não podemos ser sacerdotes e permanecer afastado do povo. Proximidade do povo. Aquele que nos deu um exemplo maior de proximidade foi o Senhor”.

O Santo Padre advertiu que “um sacerdote que se separa do povo não é capaz de dar a mensagem de Jesus. Não é capaz de fazer as carícias de Jesus ao povo; não é capaz de colocar o pé para que a porta não se feche”.

“E proximidade significa paciência”, disse e assinalou que “para ser próximos como Jesus, é necessário conhecer Jesus. E lhes pergunto: quanto tempo permanecem diante do sacrário a cada dia?”.

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