O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou 22 de janeiro como Dia Nacional da Santidade da Vida Humana, celebrado pela primeira vez ontem.

“No Dia Nacional da Santidade da Vida Humana, nossa nação orgulhosa e fortemente reafirmar nosso compromisso para proteger o precioso dom da vida em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural”, escreve Trump em uma proclamação com data de 21 de janeiro.

“Toda pessoa – o nascido e nascituro, o pobre, o marginalizado, o deficiente, o doente e o idoso – tem um valor inerente. Embora cada caminho seja diferente, toda vida tem valor e consequências, por isso os direitos de todos devem ser defendidos”, assinala o texto.

A data coincide com mais um aniversário da decisão da Suprema Corte de 22 de janeiro de 1973, conhecida como Roe vs. Wade, com a qual o aborto foi aprovado nos Estados Unidos.

Em 22 de janeiro de 1984, o presidente Ronald Regan também declarou 22 de janeiro como Dia Nacional da Vida Humana e continuou fazendo durante os demais anos de seu mandato. O mesmo fizeram os presidentes George Bush e, em seguida, George W. Bush. Trump também fez o mesmo em 2018 e 2019.

A proclamação de Trump neste ano de 2020 estabelece que os Estados Unidos “devem continuar firmemente dedicados à profunda verdade de que toda vida é um dom de Deus, o que dá a toda pessoa um incomensurável valor e potencial”.

“Entre nós, muitos norte-americanos são incansáveis defensores da vida e campeões para os vulneráveis. Somos gratos a quem apoia as mulheres que passam por uma gravidez inesperada, a quem proporciona cura às mulheres que se submeteram ao aborto e a quem recebe as crianças através da adoção e do cuidado adotivo”.

“No Dia Nacional da Santidade da Vida Humana, celebramos o maravilhoso dom da vida e renovamos nosso compromisso de construir uma cultura na qual a vida seja sempre respeitada”, prossegue o texto.

A proclamação também destaca o declínio do número de abortos e da taxa desses nos Estados Unidos desde 2007, assim como a diminuição de gestação de adolescentes, o que contribuiu “para a taxa mais baixa de abortos entre adolescentes desde a legalização do aborto em 1973”.

“Todos os norte-americanos devem celebrar este declínio no número e na taxa de abortos, porque representa vidas salvas. Entretanto, ainda há muito o que fazer e, como presidente, continuarei lutando para proteger as vidas dos nascituros”, escreveu Trump.

O presidente também ressaltou que sua administração introduziu várias restrições para impedir que se siga financiando o aborto com fundos públicos e que, ao contrário, promova-se a objeção de consciência dos profissionais da saúde que se opõem aos planos de saúde que incluem anticoncepcionais.

“Além disso, pedi ao Congresso que atue para proibir o aborto tardio de bebês que possam sentir dor”, destacou a proclamação.

Desde 1973, foram realizados quase 75 milhões de abortos nos Estados Unidos. Diversas iniciativas para restringir ou proibir o aborto foram objetadas nos tribunais nos últimos anos e alguns ativistas pró-vida consideram que estas disputas poderia levar a reverter a decisão de Roe vs. Wade.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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