As Juventudes Socialistas da Galicia (Espanha) lançaram uma campanha para evitar que se reforme a lei do aborto -tal como exigem os pró-vidas ao Governo-, e para isso não duvidaram em usar a imagem de uma mulher crucificada com o rosto tapado com o lema "Tens direito à vida, tens direito a decidir".

Conforme informou a Europa Press, a campanha será lançada pelas redes sociais. Para o secretário geral de Juventudes Socialistas, Aitor Bouza, a reforma da lei do aborto é "um retrocesso próprio de tempos franquistas" porque tira "o direito de decidir às mulheres".

Por isso se mostrou a favor de manter a lei do aborto aprovada pelo PSOE em 2010, que modificou a legislação de 1985.

A lei de 2010 liberalizou o aborto até a 14ª semana de gestação e até a 22ª semana para quando há "graves riscos para a vida ou a saúde da mãe ou do feto", e em adiante quando há má formação do feto.

Segundo Bouza, a proposta para reverter esta legislação a favor dos nascituros responde "a razões ideológicas, lideradas pela Igreja Católica" e supõe "voltar para épocas passadas de manipulação e doutrinação".

Nesse sentido, para a secretária de Igualdade dos jovens socialistas, Anabel Rey, reformar a lei tal como propõem os pró-vida, supõe situar-se "ao nível de países como a Polônia, Irlanda e Malta", onde o aborto é restringido. No caso de Malta, o aborto não é legal em nenhum caso.

Defesa da vida

Como se recorda, a organização Derecho a Vivir anunciou recentemente que em 14 de maio apresentará a campanha "Apaga o Aborto", com a qual procura reforçar seu pedido ao Governo de conseguir o "aborto zero".

A campanha prevê encher as ruas da Espanha com publicidades pedindo o desaparecimento do aborto no país e será reforçada também com anúncios em internet, rádio e televisão.

A porta-voz, Gádor Jóia, disse que não queremos 300 abortos ao dia na Espanha, nem 120 mil anuais, mas o "aborto zero".