A Comissão Episcopal de Comunicação Social rechaçou "o autoritarismo e o abuso de poder exercidos" pelo Presidente Evo Morales "contra jornalistas que cumprem com seu trabalho informativo".

Em um comunicado assinado pelo Bispo de Oruro, Dom Cristóbal Bialasik, a Comissão se solidarizou "com os jornalistas agredidos, com o Jornal La Prensa e com todo meio de comunicação que sofra algum tipo de agressão. Os excessos no exercício de liberdade de expressão devem ser denunciados e esclarecidos oportunamente pelos canais que a legislação vigente estabelece".

Nos últimos dias, Morales arremeteu contra a imprensa local por denúncias de corrupção em seu governo. Afirmou que só 10 por cento dos jornalistas tem dignidade e humilhou publicamente a um repórter.

"O ato público no que o Presidente da República se permitiu chamar a atenção de um jornalista deixou em evidência um comportamento desproporcionado, com expressões e gestos de humilhação, intimidação e ameaça", indicou a Comissão.

Do mesmo modo, lembrou que "a Igreja Católica e seu magistério, embora velam pelo exercício adequado e responsável pela liberdade de expressão, também apostam por um estado de direito no que todos seus membros exerçam o respeito, a consideração e um comportamento proporcional à a função pública que lhes cabe cumprir".

"Exigimos às autoridades públicas respeitar aos jornalistas e sua meios de comunicação, cuja função constitui um verdadeiro pilar democrático que garante uma adequada convivência entre bolivianos", conclui o texto.