O Patriarca Siríaco de Antioquia, Inácio José Terceiro Younan, esteve no dia 4 de novembro na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde agradeceu a solidariedade brasileira para com os refugiados sírios e reforçou pedidos de apoio e oração, de modo especial para que Nossa Senhora Aparecida “proteja nosso povo”.

O líder da Igreja Católica Siríaca foi recebido pelo presidente da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, quem explicou que esta visita representa “um momento em que se fortalece a união eclesial com a Igreja que está lá na Síria” e também “para expressar solidariedade com os cristãos perseguidos, particularmente com as comunidades católicas que sofrem”.

Também participaram desse encontro o Arcebispo da cidade de Homs, na Síria, Dom Teófilo Philipe Barakat, padres, assessores e o Padre George Rateb Massis, responsável pelo atendimento pastoral na igreja do Sagrado Coração de Jesus dos Siríacos Católicos.

Conforme explicou o site da CNBB, esta comunidade da Igreja Siríaca no Brasil acolhe desde 1925 os migrantes sírios e voltou a receber grandes quantidades de migrantes da Síria, devido aos conflitos que acontecem no Oriente Médio.

Dom Younan sublinhou que “Pe. George é o quinto padre que está servindo essa comunidade Sagrado Coração de Jesus dos Siríacos Católicos”. De acordo com ele, agora “estamos acolhendo números maiores de novos refugiados que estão chegando e esperamos poder atender e evangelizar de maneira melhor”.

O Patriarca considera que a Igreja está vivendo uma “missão extra, cuidando muito bem desses refugiados com muito amor e carinho, entrando nessa situação de conflito triste e lamentável”.

“A nossa missão – ressaltou – é sempre mantê-los firmes na fé e na esperança, especialmente pelo conflito e pelo tempo tão difícil e doloroso que eles estão vivendo”.

Segundo ele, não há medo de perseguições e conflitos, uma vez que “são testemunhos fixos da nossa fé”.

Entretanto, admitiu que a angústia da Igreja Católica Siríaca e das outras lideranças religiosas é que a situação do Oriente Médio, especialmente no Iraque e na Síria, apresenta o maior perigo “de arrancar todos os cristãos da terra mãe, das raízes da terra onde Jesus nasceu”.

Nesse sentido, ao agradecer pela comunhão e apoio da Igreja no mundo inteiro, o Patriarca reforçou o pedido para que olhem para os cristãos e lancem um apelo pelo fim dos conflitos na região.

“Eu como patriarca, peço aos meus irmãos bispos que eles manifestem um apoio extra, que peçam para parar aquele conflito, que é motivo principal da saída de todo esse povo, especialmente numa palavra clara com toda autoridade civil em todos os países aonde eles servem e evangelizam”, reiterou.

Além disso, expressou a importância da oração para que Jesus reforce a fé e a esperança “para conseguirmos realmente firmar o nosso povo que está na Síria, no Iraque, no Oriente Médio”.

“Eu creio sim que o Senhor Jesus jamais abandona o Oriente Médio e os cristãos do Oriente Médio, e sempre estão protegidos debaixo do manto de Nossa Senhora e aqui eu suplico à Nossa Senhora Aparecida, que proteja nosso povo”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente da CNBB declarou que “precisamos olhar com maior atenção e procurar discernir quais os passos que devem ser dados para expressarmos de maneira mais efetiva nossa solidariedade”.

“Nós já realizamos no passado, inclusive, coleta em favor dos irmãos que estão na Síria, mas podemos expressar, cada vez mais, nossa solidariedade através da oração, da proximidade fraterna, da cooperação missionária e, é claro, na atenção aos refugiados”, disse Dom Sérgio da Rocha.

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