As autoridades do Egito, um país predominantemente muçulmano, legalizaram 74 igrejas ou locais de culto cristão, com isso, chega-se a um total de 1.568 edifícios eclesiais de um total de 5.540 solicitações, no âmbito da lei de construção de lugares de culto de agosto de 2016.

No passado, as permissões para a construção ou renovação de igrejas ou locais de culto eram concedidas por agências de inteligência e segurança, agora estas são uma responsabilidade dos governadores provinciais, segundo informa Asia News.

De acordo com especialistas do grupo de defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa Christian Solidarity Worldwide (CSW), a nova legislação de 2016 tornou o processo de legalização de locais de culto cristão menos complicado, mas a norma continua sendo discriminatória porque não se aplica aos muçulmanos.

Entre as principais autoridades que apoiam a lei de 2016 está o presidente do Egito, Abdel-Fattah al-Sisi, que fez da liberdade religiosa e da defesa dos cristãos um dos lemas para o seu Governo e, ao mesmo tempo, tenta reprimir as numerosas violações de direitos humanos que ainda existem no país.

Segundo Asia News, a falta de permissões no passado foi um foco de controvérsia que levou, em várias ocasiões, à violência, manipulada pela maioria muçulmana sunita. Às vezes, mesmo tendo conseguido, os cristãos tinham que se comprometer a construir igrejas sem torres ou sinos.

Mervyn Thomas, diretor executivo da CSW, agradeceu "os esforços do Governo egípcio" para acabar com as "injustiças históricas que afetam a comunidade cristã".

Thomas também exortou as autoridades a "seguirem o caminho da reforma" e comprometer-se mais "para enfrentar as injustiças e práticas sociais que continuam limitando a liberdade de culto".

Os cristãos no Egito são majoritariamente ortodoxos coptas. No total, são aproximadamente 10% da população egípcia, estimada em cerca de 95 milhões de habitantes.

Entre 2016 e 2017, foram registrados graves ataques contra cristãos no país, como o ocorrido em dezembro de 2016 contra a Catedral Copta de São Marcos durante a Missa, no qual dezenas de pessoas morreram.

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