Especialistas em liberdade religiosa denunciaram que o “politicamente correto”, que busca não incomodar nem ofender ninguém, é um fator importante que permite a crescente hostilidade contra os cristãos no mundo, que em alguns lugares chegou quase a um nível genocida.

Os especialistas se pronunciaram após a publicação de um relatório encomendado pelo secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, que disse que a perseguição aos cristãos em algumas áreas "se aproxima da definição internacional de genocídio".

Segundo informa Fox News, Hunt indicou que o relatório foi publicado no final de abril, quase ao mesmo tempo dos atentados cometidos por terroristas do Estado Islâmico (ISIS) contra cristãos no Sri Lanka que deixaram 360 mortos e que "acordaram todos com um enorme choque".

"Acho que estivemos dormindo quando se trata da perseguição aos cristãos", disse Hunt. "Há várias razões para isso, mas, combinadas, nos pegaram de surpresa", acrescentou.

O relatório mostra como os cristãos são perseguidos por grupos extremistas na Terra Santa, na África subsaariana e no sudeste asiático.

Segundo a organização Open Doors USA, uma organização sem fins lucrativos, que defende os cristãos em diferentes partes do mundo, nove em cada dez fiéis sofreram ou sofrem perseguição.

"Pessoalmente, acho que isso acontece por causa do politicamente correto que nos impede de enfrentar esse problema", disse Hunt. "Na atmosfera de correção política, esquecemos que os cristãos perseguidos fazem parte da população mais pobre do mundo", ressaltou.

Por outro lado, Juliana Taimoorazy, presidente do Iraqi Christian Relief Council disse, em 4 de maio, a Fox News que o Estado islâmico cometeu genocídio com os cristãos e que ainda há muito a ser feito para defender o Oriente Médio.

"Acredito que a morte de muitos que sofrem hoje se deve à correção política, porque o mundo está cego diante disso. E quando somos politicamente corretos, estamos nos solidarizando com os terroristas que destroem comunidades e apagam a história", assegurou Taimoorazy, também membro sênior de The Philos Project.

O termo politicamente correto, que vem do inglês "political correctness", refere-se à linguagem ou medidas que são usadas para evitar ofender alguns coletivos, como o lobby homossexual ou LGBT; e os muçulmanos, por exemplo.

Um tempo atrás, o Arcebispo de Durban, na África do Sul, e grande defensor da vida e da família, Cardeal Wilfrid Fox Napier, descreveu o politicamente correto como "a maior heresia da atualidade".

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