Nos últimos dias, milhares de usuários das redes sociais se manifestaram contra o novo filme da Netflix "Cuties", criticando a plataforma de streaming por promover com o seu filme uma "cultura da pedofilia", já que na descrição – modificada posteriormente- afirmava-se que é a história de um grupo de meninas de 11 anos que “dançam sensualmente”.

“Amy tem onze anos e quer pertencer a um grupo de meninas da sua idade que dançam sensualmente, por isso começa a explorar a feminilidade e a desafiar a sua família religiosa”, indicava a sinopse da Netflix sobre o filme francês, dirigido e escrito por Maïmouna Doucouré, que tinha a sua estreia prevista para 9 de setembro na plataforma de streaming.

Devido a milhares de críticas, a Netflix pediu desculpas na manhã de ontem e substituiu o texto da sinopse e pôster: “Lamentamos profundamente as imagens inadequadas que usamos para Mignonnes / Cuties. Não estava certo, nem representava esse filme francês que ganhou um prêmio no Sundance. Agora atualizamos as imagens e a descrição", assinalou em sua conta no Twitter.

 

A nova sinopse agora diz o seguinte: "Amy tem onze anos e quer fazer parte de um grupo de meninas de sua idade que dançam em competições, por isso começa a desafiar a sua família conservadora”.

A onda de críticas à Netflix, como a própria plataforma reconhece, não ocorreram apenas por causa da descrição do filme, mas também por causa do pôster que o acompanhava, que foi descrito como inadequado por inúmeros usuários por sexualizar as crianças. Na imagem se vê quatro meninas com poucas roupas de cor azul e em poses de danças eróticas.

Essa imagem, embora tenha sido substituída, ainda circula nas redes sociais como Twitter ou Facebook. Isso contrasta fortemente com o pôster usado na França.

Por meio de um comentário no Twitter, a conta da Netflix Espanha também respondeu, em 20 de agosto, a uma das críticas dizendo que "a imagem e a descrição da plataforma não são uma representação correta do que o filme realmente é", e por isso, “foram modificados tanto as fotografias como o texto que define o enredo”.

Por outro lado, o trailer de Cuties, carregado no dia 18 de agosto, já conta com mais de 800 mil visualizações e ultrapassa mais de 150 mil avaliações negativas. Além disso, foram feitos mais de 27 mil comentários, a maioria criticando o conteúdo do filme e da Netflix.

"Isso é repugnante. Como pai, isso não pode ser aceitável. Essas meninas nem têm idade suficiente para entender o que é bom ou ruim. Por favor pessoal, protejam seus filhos”, indica o usuário Eduardo Roque.

Outro usuário exclamou: Não! Não vamos dar materiais aos pedófilos. Se a Netflix realmente quer ressaltar a hiperssexualização das crianças, deveria ter feito um documentário. Podem me chamar como quiserem, mas eu não defendo isso”.

Daniel Aguijón comentou: “Deixem de fazer com que as crianças sejam ‘sexys’ e de explorar seus corpos para que as pessoas repugnantes os usem para seus próprios motivos desviados. Eliminem este tipo de meios. Não há absolutamente nenhuma razão pela qual deveríamos estar vendo uma criança fazer twerking e usando poucas roupas em um cenário para que as pessoas fiquem de boca aberta. Que vergonha Netflix”.

Na rede social Twitter, milhares de comentários seguiram a mesma linha e foi utilizada a hashtag #NetflixPedofilia.

“Esta é a promoção absoluta da pedofilia. Como isso é legal? Por que representa e incentiva a sexualização das meninas?”, tweeteou Lila Rose, presidente e fundadora da plataforma pró-vida Live Action.

Depois do escândalo, uma série de campanhas de assinaturas também foram criadas para que o filme não seja lançado na Netflix e seja retirado do catálogo.

Entre as principais campanhas, há duas no Change.org pedindo a retirada deste filme do serviço. A primeira, em espanhol, tem mais de 120 mil assinaturas até agora, enquanto a campanha em inglês tem outras 62 mil.

A campanha em espanhol afirma que “isso nada mais é do que uma cultura de pedofilia e esse conteúdo incita a hiperssexualização infantil e expõe as próprias meninas do filme”. O filme também foi chamado de "repugnante".

“Não há necessidade desse tipo de conteúdo nessa faixa etária, principalmente quando o tráfico sexual e a pedofilia são tão comuns. Não tem desculpa, é um conteúdo perigoso!”, destaca a campanha.

Mais em

Para assinar a campanha Change.org em espanhol, clique AQUI.

Para assinar a campanha Change.org em inglês, clique AQUI.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Confira também: