Um possível ataque turco ao norte do Iraque com o fim de combater às tropas curdas teria como principais vítimas aos cristãos iraquianos, assinalou o Bispo católico caldeu Mer Patros .

Turquia acumulou um importante contingente militar na fronteira norte do Iraque, na região de Curdistão, e lançou ataques esporádicos contra bastiães do grupo separatista curdo, que opera na Turquia mas encontra refúgio entre a população desta região iraquiana.

Segundo Dom Patros, que tem sua sede em Dohuk, os cristãos iraquianos, reduzidos a menos da metade nos últimos anos, "temem mais que ninguém um ataque turco no Curdistão porque já não fica aonde ir, depois de haver-se exilado uma, duas e até três vezes fugindo da violência".

O Bispo assinalou que dos "algo mais de 600.000 cristãos" que ficam ainda no Iraque, 250.000 deles vivem no Curdistão.

"Os cristãos são objeto de uma autêntica perseguição no Iraque e só aqui, no Curdistão, encontramos a paz graças à tolerância do governo autônomo curdo".

"Pela ocupação americana do país, consideraram-nos cúmplices por ser cristãos como eles; e em seguida estão os muçulmanos fanáticos que querem limpar o Iraque e Oriente Médio de cristãos", explicou Dom Patros.

Depois da queda de Sadam Husein, os cristãos iraquianos -caldeus e assírios- começaram a sofrer atentados pessoais e contra as Igrejas. Aqueles com mais recursos fugiram a outros países, mas os mais pobres se transladaram às montanhas curdas.

"Esta pobre gente já esgotou todas as possibilidades. Apenas sobra meter-se em uma tenda de campanha", disse Dom Patros, e lamentou que "há quem queira exterminar o cristianismo oriental, e tampouco os muçulmanos decentes fazem nada para nos defender".