Desde a canonização de São João Paulo II, em 27 de abril de 2014, está aumentando o interesse pela figura e pelo pontificado do Papa polonês, de quem se comemora hoje os 100 anos de seu nascimento.

Assim assegurou o vigário judicial do Tribunal Ordinário da Diocese de Roma e postulador da causa da canonização de São João Paulo II, Dom Slawomir Oder, durante um encontro online que teve com jornalistas vaticanistas.

No encontro, Dom Oder enfatizou que "São João Paulo II é uma pessoa que ainda hoje permanece vivo e sempre presente", algo que fica evidente no interesse que gera nas datas relacionadas à sua vida, como o aniversário de seu nascimento, morte, início de seu pontificado, de seu atentado ou de sua canonização.

“O que me surpreendeu muito positivamente é o fato de que, quando o processo de beatificação de seus pais começou na semana passada, rapidamente recebi muitos e-mails com expressões de alegria e satisfação. Isso me deixa muito contente e feliz", assinalou.

Nesse sentido, contou como, no início do processo de canonização de São João Paulo II, "um professor italiano que estudava os processos sociológicos relacionados às manifestações religiosas me visitou".

“Ele estava impressionado com as muitas pessoas que iam ao túmulo de São João Paulo II, muitas delas jovens. Era uma época na qual milhões de pessoas vinham a Roma para visitar o túmulo de São João Paulo II, no Vaticano. Milhares de pessoas todos os dias. E lembro-me do comentário deste professor: 'é um fenômeno que normalmente ocorre na história com personagens grandes, mas que não durava pouco, como uma labareda que depois se apaga'”.

Mas o que é impressionante no caso de São João Paulo II "é que permanecia na esfera da vida da Igreja e do povo e que seu túmulo na basílica continuava sendo lugar de peregrinação de muita gente”.

Sobre o processo de canonização de São João Paulo II, Dom Oder destacou que evidencia uma "corrente de santidade", uma "sucessão de santidade da família Wojtyla. Essa religiosidade autêntica, genuína, que é transmitida aos filhos. Na família Wojtyla, a santidade era a santidade da proximidade às pessoas, do amor nas pequenas coisas da vida cotidiana”.

Dom Oder também destacou a escolha que São João Paulo II fez no início de seu pontificado de ser "um pontificado aberto e comunicativo, sem medo de contato com as pessoas".

“Aqui vemos esse pastor que, como diz o Papa Francisco, tem o cheiro das ovelhas, abraça-as e quer estar com elas. Através das grandes manifestações que testemunhamos, como as Jornadas Mundiais da Juventude, as Jornadas da Família ou as grandes liturgias... mas também com seu estilo de vida pessoal”.

João Paulo II "estava em contato com muitas pessoas, não apenas com seus colaboradores mais próximos, mas também com as pessoas que podiam lhe dar uma boa leitura do mundo em que ele vivia".

No encontro, Dom Oder também rejeitou qualquer tipo de oposição do pontificado de João Paulo II, ou de Bento XVI, com o do Papa Francisco. "É algo que faz mal", disse. “É algo que eu não gosto. Contrapor pontificados, pensamentos dos Papas, etc., é algo que prejudica a Igreja”.

Para Dom Oder, "é óbvio que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo e que sempre temos um Papa indicado pelo Espírito com o mandato de guiar a Igreja".

"É verdade que o estilo é diferente, o pensamento é diferente, mas isso não deve escandalizar ninguém, porque cada um exerce esse mandato de acordo com seu próprio pensamento, sua própria experiência, mas é sempre Pedro quem fala".

Também explicou que “não gosto da interpretação de um pontificado em termos de ruptura, descontinuidade. A Igreja é um organismo vivo, mas sempre há uma continuidade, um desenvolvimento do pensamento. Quem diz que há uma ruptura ignora a presença do Espírito Santo, que inspira as decisões que devem guiar a Igreja”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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