A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou que, em relação às celebrações natalinas, seguirá atenta às orientações das autoridades sobre a prevenção dos contágios por coronavírus e que se mantém “na defesa da vida das pessoas”.

A CEP publicou uma nota de esclarecimento sobre o tema após a interpretação na imprensa de declarações do presidente do episcopado português, Dom José Ornelas, de que o prelado estaria antecipando o cancelamento das celebrações de Natal.

“Estaremos atentos às condições que se venham a registar na época natalícia e tomaremos as orientações necessárias, sempre na defesa da vida das pessoas em todas as suas dimensões”, reforça o esclarecimento da CEP.

Afirma ainda que, “a respeito das celebrações religiosas do Natal, rejeitando antecipar cenários para os quais não há ainda elementos”, Dom Ornelas declarou que “é possível celebrar em segurança no interior dos templos”. “Quanto aos encontros familiares, afirmou que se devem evitar todos os possíveis riscos de contágio”, sublinha a nota.

Além disso, recorda que, na coletiva de imprensa em que apresentou as conclusões da 199ª Assembleia Plenária da CEP, o presidente do episcopado português reafirmou “que tudo é feito para que ‘seja seguro celebrar na igreja’ e apelou a que, fora do templo, as pessoas ‘tentem não se afastar dessa lógica’, seguindo as indicações da Direção Geral da Saúde”.

“O Presidente da Conferência Episcopal afirma que, desde que foi possível retomar o culto público católico, foi dada a maior prioridade à saúde de todas as pessoas e que é possível, nesse pressuposto e seguindo as indicações definidas pela Conferência Episcopal em diálogo com as autoridades de saúde (orientações de 8 de maio), participar com segurança nas celebrações religiosas, nomeadamente as Eucaristias”, assinala.

Ainda de acordo com a CEP, “a experiência das últimas semanas tem mostrado que, em alguns casos, os encontros familiares, também os que se seguem a celebrações religiosas, podem tornar-se focos de contágio do novo coronavírus”.

Nesse sentido, em uma nota publicada em 13 de novembro, intitulada “Celebrar e viver a fé em tempo de pandemia”, os Bispos de Portugal lançaram um apelo para que, “dada a gravidade da situação”, todos “adotem comportamentos responsáveis nos mais diversos setores da sua vida e atividade e respeitem as determinações das autoridades constituídas, com o objetivo de travar e controlar a vaga de contágios”.

“Em particular, este comportamento responsável deve ser vivido após as celebrações litúrgicas mais festivas (Batizados, Comunhões, Crismas e Casamentos), evitando sempre as concentrações fora das igrejas e nas próprias casas”, acrescentam.

A atuação da Igreja Católica a fim de prevenir contágios por coronavírus em Portugal foi elogiada pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, no sábado, 14 de novembro, em Fátima, após participar de Missa pelas vítimas da Covid-19.

“Eu queria assinalar, agradecer muito à Igreja Católica, que tem sabido interpretar os valores da vida e da saúde, que são valores essenciais para o Cristianismo. Nessa medida, tem sido exemplar, nas celebrações, todas elas, aqui em Fátima”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa também ressaltou a preocupação da Igreja com o “controle sanitário” dentro dos templos e a “recomendação às famílias” para evitar “formas de comportamentos e de celebração que acabam por arriscar o que se quis prevenir” nas cerimônias religiosas.

“A cerimônia religiosa obedece a regras e o máximo que a Igreja Católica pode dizer é que, fora do templo, tentem não se afastar da lógica que nos levou a sacrificar aquilo que eram celebrações tradicionais diferentes. Isto mostra um estado de espírito de sensatez que os portugueses têm de ter”, disse.

Quanto às celebrações de Natal, sobretudo as religiosas, afirmou que “tudo isso vai ser objeto da audição dos partidos políticos e de reflexão. Vamos pacientemente olhar para isso”.

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