O Real Mosteiro da Encarnação, em Madri (Espanha), guarda a maior coleção de relíquias no mundo, superada apenas pela que é custodiada pela Santa Sé. O Patrimônio Nacional apresentou um livro no qual explica a origem e a história de cada um dos relicários que guardam as Agostinianas Recoletas.

Dom Joaquín Abad, capelão do Real Mosteiro da Encarnação, explica que este lugar na Espanha “é o melhor relicário do mundo, depois daquele que o Santo Padre tem Roma; mas o de Roma não é visitável e o de Encarnação sim”.

No total, estão guardadas neste local mais de mais de mil relíquias de santos, mártires e virgem, desde os primeiros tempos da Igreja, como é o caso de Santa Inês, até santos mais recentes e contemporâneos. Também há uma carta escrita por Santa Teresa de Jesus que a priora do convento conservava.

O jornal diocesano ‘Alfa y Omega’ indica que cerca de 740 relicários são um legado da rainha Margarida da Áustria, esposa do rei Felipe III, que também ordenou a construção do mosteiro e o encomendou aos cuidados das Agostinianas Recoletas.

O presidente do Patrimônio Nacional, Alfredo Perez de Armiñán, apresentou o livro “El Relicario del Real Monasterio de la Encanación” (“O relicário do Real Mosteiro da Encarnação”) como conclusão das celebrações do IV centenário da fundação deste convento. Ele destacou e agradeceu ao grande trabalho de conservação e cuidado que as religiosas realizaram durante todos esses anos.

María Leticia Sánchez, responsável pela edição do livro, também sublinhou a riqueza artística incalculável desta coleção, que sobreviveu à Guerra da Independência, à Desamortização e à Guerra Civil, épocas nas quais algumas das relíquias se perderam.

Segundo explicou Sánchez, durante três anos foi realizado um inventário das peças, pois não existia documentação de muitas delas.

De acordo com Dom Joaquín Martín Abad, o interesse pela preservação de relíquias de santos se deve ao fato de que permitem ver que os santos “são como nós, simplesmente, ao final permaneceram fiéis a Nosso Senhor. E isto significa que nós também podemos ser santos”.

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