O Conclave para escolher o sucessor do Papa Bento XVI poderia começar antes da data inicialmente estimada para o 15 de março, sempre e quando se encontrarem em Roma o número de cardeais suficiente para escolher seu substituto, conforme informou ontem, 16, o porta-voz do Vaticano, o Padre Federico Lombardi.

O Padre Lombardi indicou que as regras eclesiásticas pelas que guiam a formação do conclave podem ser interpretadas de diferente maneira neste caso concreto, dadas as circunstâncias históricas.

Em um primeiro momento, o Padre Lombardi tinha estimado que o conclave começaria entre o 15 e 20 de março, segundo os princípios originais de sucessão, mas este sábado 16 de fevereiro reconheceu que a data se pode ser adiantada ao tratar-se de uma demissão anunciada e não de uma súbita morte papal.

Por outro lado, o Padre Lombardi publicou um editorial no qual defende a figura de Bento XVI e sua renúncia como "um gesto de sabedorias cristã e humana admiráveis", motivado por seu fraco estado de saúde. Em seu texto, recolhido pela Radio Vaticano, o sacerdote jesuita nega categoricamente que Bento XVI tenha renunciado por sua incapacidade para administrar o cargo.

O Papa "não tomou esta decisão porque sentia que já não era capaz de guiar a Cúria Romana, como alguns acreditam, mas sim porque os enormes problemas que hoje enfrentam a Igreja e o mundo necessitam de grande energia e de um tempo no cargo proporcional às iniciativas pastorais que necessitam de grande amplitude e não pouca longevidade".

Segundo o sacerdote, o Papa Bento XVI "não nos abandonou em tempos de dificuldade".