Nos últimos dias, o município de Fortaleza (CE) se viu diante de um debate em torno de projeto de lei que poderia abrir as portas para a ideologia de gênero nas escolas, o qual foi derrotado; diante disso, o vereador e missionário da Comunidade Shalom Jorge Pinheiro alertou que os católicos devem “assumir seu posto de batalha nesta guerra”.

O projeto que instituía o programa “Escola Sem Censura” foi apresentado pela vereadora Larissa Gaspar (PPL) e permitiria que os professores ensinassem o que quisessem aos seus alunos, impedindo qualquer descontentamento por parte dos pais, o que traria sérios problemas quando se tratasse dos temas vinculados à sexualidade, tal como a ideologia de gênero ou relações pré-matrimoniais.

Segundo explicou o vereador católico Jorge Pinheiro, trata-se de uma proposta que “se originou da propositura de Lei Federal de igual conteúdo, de autoria do Deputado Jean Wyllys”, que visa instituir diretrizes “norteadoras à atuação dos professores”.

Ao citar o artigo 2º de tal projeto, o político ressaltou que o objetivo era “garantir a liberdade ao docente para ensinar o que quiser aos alunos, assegurando que são ‘vedadas, em sala de aula ou fora dela, em todos os níveis e modalidades de educação do Município, as práticas de quaisquer tipos de censuras de natureza política, ideológica, filosófica, artística, religiosa e/ou cultural a estudantes e docentes, ficando garantida a livre expressão de pensamentos e ideias’”.

Nesse sentido, assinalou, “segundo a proposta, ao professor estaria garantida a liberdade absoluta para ensinar o que quiser, sem a possibilidade de sofrer qualquer reclamação ou controle (‘censura’), seja pelo diretor ou coordenador pedagógico, e muito menos pelo aluno ou por seus pais”.

E para garantir este chamado direito ao docente, “o projeto prevê que o Executivo deverá criar um canal para apuração de denúncias contra aqueles que queiram ‘censurar’ o professor”, acrescentou.

Assim, conforme alertou o vereador Jorge Pinheiro, que também é missionário da Comunidade Católica Shalom, tal projeto abriria as portas das escolas para a ideologia de gênero, uma vez que “nos incisos V e VI do Art. 1º do ‘Escola Sem Censura’ são estabelecidos os princípios que devem ser observados pelos professores e, dentre eles, está firmado o da educação contra o preconceito acerca da identidade e/ou expressão de gênero”.

Além disso, ressaltou, “mesmo que não houvesse na propositura a previsão de ensino sobre ideologia de gênero, o simples fato de poder ensinar sem censura ou controle, permitiria ao professor ensinar ideologia de gênero aos alunos, e nem os pais e nem mesmo o diretor da escola poderiam se opor”.

Entretanto, este projeto recebeu parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Fortaleza e, após recurso apresentado pela vereadora Larissa Gaspar, foi votado no plenário, onde também foi rejeito pela maioria dos vereadores, com uma votação de 18 a 6.

Para o vereador Jorge Pinheiro, este resultado foi reflexo de uma atenção “à esmagadora maioria da população, que é contrária à implantação da ideologia de gênero e outros absurdos em sala de aula”.

Jorge Pinheiro, que é membro consagrado da Comunidade Shalom há mais de 20 anos, advertiu que, em relação às tentativas de implantar a ideologia de gênero da educação os católicos devem “assumir seu posto de batalha nesta guerra; não podemos ficar calados enquanto alguns poucos que fazem barulho determinem como será a educação das nossas crianças e, assim, os rumos da nossa sociedade”.

“No momento atual, o que tenho visto são pessoas cada vez mais perdidas, sem saber quem são, sem sentido de vida, sem nortes. E a ideologia de gênero é uma corrente que vem deixar tudo ainda mais confuso, na linha mais absurda do relativismo, apregoando uma identidade fluídica, onde eu sou o que eu sinto que sou ou o que eu penso que sou”, assinalou.

Porém, explicou que “a verdade é que ‘eu sou o que Deus pensa de mim’”, citando Santa Teresinha do Menino Jesus. “Se a ideologia de gênero já é algo que confunde a cabeça de um adulto, imagine a confusão que acarreta na cabeça de uma criança”.

Por isso, neste ano eleitoral, convocou os fiéis a estarem atentos aos posicionamentos dos candidatos, por exemplo, “em relação a questões como defesa da vida (contra a prática do aborto e sua legalização), se são contrários à implantação da ideologia de gênero nas escolas ou na sociedade”.

“Não basta não ser favorável, é preciso ser contra, pois essas ideologias ganham espaço por causa da omissão de muitos políticos que não se posicionam”, completou.

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