O Arcebispo de Montevidéu, Uruguai, Cardeal Daniel Sturla, defendeu a liberdade de ensino no país e destacou que, “para a Igreja, a educação é um meio para a formação do homem em plenitude”.

“O que a Igreja proclama há muitos anos neste país é que apliquemos o direito dos pais de escolher a educação que querem para seus filhos”, disse o Cardeal Sturla em 21 de julho no programa ‘El aporte de la Iglesia Católica’, da Rádio Oriental.

O Arcebispo recordou que o artigo 68 da Constituição assinala que “fica garantida a liberdade de ensino” e que a intervenção do Estado só está regulamentada com o “objetivo de manter a higiene, a moralidade, a segurança e a ordem pública”.

“Todo pai ou responsável tem o direito de escolher, para o ensino de seus filhos ou pupilos, os mestres e instituições que desejam”, estabelece a lei.

O Cardeal Sturla sublinhou que este direito “suporia, em um país democrático e plural como o nosso, dar aos pais que têm dificuldade econômica a possibilidade de também poder escolher, do mesmo modo que fazem os pais que têm meios suficientes”.

Do mesmo modo, mencionou que a Igreja “está de acordo com o que diz a lei geral de educação”, que coloca como finalidade última “o pleno desenvolvimento físico, psíquico, ético, intelectual e social de todas as pessoas, sem discriminação alguma”.

“Isso é o mesmo que a Igreja propõe quando fala em formar um homem livre, responsável, protagonista de sua história, capaz intelectualmente, comprometido com a sociedade em que vive”, sustentou.

Por último, o Cardeal recordou que “a Igreja não se dedica apenas a obras de educação formal (escolas, universidades), mas tem uma variedade de obras de educação não formal”.

“Isso é uma realidade que nos enche de alegria, porque fala de colocar no centro a criança”, sublinhou o Cardeal Sturla, que concluiu sua reflexão com um chamado a proporcionar a “colaboração público-privada” e a “colaboração sociedade civil-estado”.

De acordo com o Anuário Estatístico do Ministério da Educação e Cultura do Uruguai, em 2015 (último ano disponível) havia um total de 635.403 alunos no sistema público de educação em todo o país: 82.982 no infantil, 250.160 no fundamental e 302+261 no ensino médio.

Segundo informa o Arcebispo de Montevidéu, os centros de educação formal vinculados à Igreja Católica atendem ao menos 53.869 alunos, 10% da população no sistema educacional no país.

“Um cálculo realizado por este portal com base nos últimos dados disponíveis permite concluir que somente por conceito de remunerações, a educação católica supõe ao Estado uma economia de US$ 59.206.796, quase 60 milhões de dólares, por ano”, assinalaram.

O Arcebispo esclareceu que, “no cálculo só se considerou a educação formal e os níveis infantil, fundamental e médio, sem considerar o superior nem a educação não formal”.

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