Neste 13 de Março, o Papa Francisco celebra seu primeiro ano como sumo pontífice.Nesta ocasião alguns cardeais brasileiros comentaram os pontos altos e características do Pontificado do primeiro Papa latino-americano da história, cuja primeira viagem fora da Itália foi ao Brasil para a JMJ 2013, e passou pelo Rio de Janeiro e Aparecida.
 
Para o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, neste pouco tempo, o papa tem causado admiração nas pessoas com seu jeito simples. “Sua simpatia tem conquistado todo o mundo”, disse dom Damasceno.
 
Sobre as caraterísticas do pontificado de Francisco, conforme informou o site oficial da CNBB nesta quinta-feira, Dom Damasceno destacou ainda a forma com que Francisco vem conduzindo a Igreja: “Pela primeira vez um papa escolheu o nome de Francisco e com isso quis marcar uma maneira de conduzir a Igreja na simplicidade, no despojamento, na pobreza, por meio de uma aproximação muito grande com o povo”, ressalta.
 
Ainda de acordo com dom Damasceno, a primeira exortação apostólica do Papa, Evangelii Gaudium, a “Alegria do Evangelho”, indica caminhos de como serão os próximos anos do pontificado de Francisco. “O papa convida para ser discípulos e missionários de Jesus Cristo com esse espírito de alegria, de confiança em Deus”, disse.
 
Por último o cardeal Damasceno afirmou que os brasileiros foram privilegiados com a visita de Francisco. “Tivemos a honra de receber neste primeiro ano, a visita do papa ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude e a alegria de sua peregrinação até o Santuário Nacional de Aparecida”, relembra o bispo.
 
O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, destacou por sua parte a reflexão de Francisco sobre a Igreja nos tempos atuais:
 
“Francisco quer uma Igreja que não seja auto-referencial, nem fechada sobre si mesma, mas discípula de Cristo e servidora do Evangelho para o mundo. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”), ele apresentou as prioridades da missão evangelizadora no mundo atual: católicos felizes e agradecidos pela fé, percebida como dom precioso a ser compartilhado generosamente; uma Igreja que se faz missionária e se coloca em estado permanente de missão; a conversão constante ao autêntico espírito do Evangelho e a superação do “espírito mundano”, constante tentação para os cristãos e a Igreja; a saída para as periferias humanas e sociais e a solidariedade concreta em relação aos pobres”, referiu o Cardeal.
 
O Arcebispo Emérito de São Paulo, também prefeito emérito da Congregação para o Clero, Dom Cludio Hummes, que estava ao lado do então Cardeal Bergoglio no momento da eleição e disse ao recém-eleito pontífice “Não te esqueças dos pobres”, frase que tocou profundamente o novo Papa e o levou a escolher o nome Francisco, destaca: “foi apenas a minha boca que falou, mas o Espírito Santo que disse. Isto para mim é muito claro. 
 
“Não que eu não tivesse absoluta consciência do que estava dizendo. Eu não havia preparado nada. Estava sentado ao lado dele, segundo a precedência estabelecida pelo protocolo destas grandes ocasiões. O processo foi chegando a uma conclusão.. e naquela contagem de votos, quando se chegou ao número suficiente para ele estar eleito, houve um grande aplauso. Eu, que estava sentado ao seu lado, o abracei, dei-lhe um beijo no rosto, e na hora me veio de dizer no ouvido dele, não em voz alta: ‘não te esqueça dos pobres’”.
 
“Na hora, ele estava muito concentrado, muito quieto porque a contagem dos votos prosseguiu por mais ou menos 2 ou 3 minutos. O Papa diz que naquele meio tempo a questão dos pobres lhe entrou na cabeça, no coração, lembrando-se dos pobres de Buenos Aires, da América Latina. Aí lhe ocorreu São Francisco, homem dos pobres, mas como disse aos jornalistas, também o homem da paz, da preservação da natureza... e ele disse ‘É este o nome’”.
 

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“Isto foi uma surpresa muito grande para todos nós, inclusive para mim. Ele escreveu ‘Francisco’. Eu não tinha feito a relação que este nome veio por causa da sugestão que eu lhe havia dado em seu ouvido. Foi ele que o disse aos jornalistas. Então eu de fato, para mim, tranquilamente, digo que minha boca falou, mas quem falou mesmo foi o Espírito”.