O Secretário Geral da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), Dom Juan Vicente Córdoba, reiterou o pedido à Corte Constitucional do país de respeitar a Carta Magna e seu conceito de família fundada no matrimônio entre homem e mulher, e não permitir a adoção de menores por parte de casais do mesmo sexo.

O Prelado fez este chamado quando a sociedade colombiana espera o pronunciamento deste tribunal, que deve decidir se outorga a custódia de uma menina a um casal de lésbicas, concebida mediante inseminação artificial por uma delas.

Embora a sentença deveria ser ditada nos próximos dias, fontes próximas ao grupo ACI indicaram esta quarta-feira que não há uma data fixada, já que o magistrado que levava o caso, Humberto Serra, renunciou ao seu cargo.

Dom Córdoba pediu que a Corte Constitucional não extrapole os limites de suas funções modificando a Carta Magna com sentenças que vão contra o sentir do povo colombiano. Como se recorda, em 20 de abril este tribunal concedeu a uma mulher uma pensão de sua companheira lésbica e assinalou que há diversos tipos de família, não só aquela fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher.

Este tribunal, indicou o Prelado, "foi na contramão de uma sã e correta interpretação da nossa Constituição. Contrariamente, também, dos autênticos valores que dignificam a pessoa humana e contribuem ao progresso da sociedade".

Em sua Carta Pastoral "Unidos pela Vida e pela Família" publicada neste sábado, Dom Córdoba recordou que a Corte "não pode apropriar-se da competência de modificar (a constituição) com interpretações acomodatícias, fruto de uma ideologia contrária à ordem natural, à dignidade autêntica da pessoa humana e ao querer do constituinte".

Ele também recordou que a Corte "veio desconhecendo o espírito do artigo 11 da nossa Constituição, ampliando progressivamente a injusta despenalização do aborto".

Do mesmo modo, reiterou que a Igreja "nada tem contra os homossexuais ou contra o reconhecimento de seus legítimos e autênticos direitos", pois como toda pessoa humana têm "a mesma dignidade fundamental, o mesmo valor perante Deus e o Estado".

Entretanto, assinalou que "por respeito a esta dignidade" a Igreja expressa seu "oposição ativa" frente temas como a despenalização do aborto, a união entre pessoas do mesmo sexo e sua possibilidade de adotar menores.

"Acredito que decisões de tanta trascendencia deveriam ser tomadas em espaços políticos mais abertos à sã discussão de idéias, a mais representantes dos ideais democráticos da Nação, mais próximos às reais preocupações do povo colombiano", assinalou.

Dom Córdoba convidou aos colombianos a estar "vigilantes e atentos, dispostos a defender a vida e a natureza autêntica da família".

Enquanto isso, um grupo de cidadãos lançou uma petição titulada "Não à adoção de crianças por homossexuais" que até o momento recolhia mais de 2 mil e 300 assinaturas.