Após a ampliação da eutanásia para crianças no ano passado na Bélgica, os bispos belgas elevaram a sua voz de alerta diante da frequência com que se ultrapassam os limites da norma. Advertem também que o próximo objetivo dos promotores da lei serão as pessoas com problemas mentais.

Conforme assinala o jornal italiano Avvenire, na legislatura anterior, um senador estendeu a proposta de lei sobre a extensão da eutanásia para quem sofre doenças neurodegenerativas.

Os bispos anunciaram que agora o maior temor é que a lei se dirija aos pacientes esquizofrênicos, onde o critério da “intolerância ao sofrimento” que até agora é usado para sua aplicação, seria substituído pela “perda da capacidade cognitiva”.

"Opomo-nos energicamente a esta tendência, uma perda de autonomia não pode ser uma perda de dignidade", destacaram os prelados em declarações aos jornais locais Standaard e La libre Belgique.

Em relação à Lei de 2002 sobre a eutanásia, os bispos asseguram que “é necessário levar em consideração que se fez realidade e os limites da lei estão sendo superados constantemente, são transgredidos”.

“O número dos grupos de pacientes que pertencem aos casos admitidos pela lei não deixa de aumentar”, lamentaram.

A falsa compaixão da eutanásia

Em 15 de outubro do ano passado na audiência com a Associação de Médicos Católicos Italianos, o Papa Francisco afirmou que a eutanásia é uma “falsa compaixão” por quem sofre.

Neste sentido o Santo Padre afirmou que “a compaixão evangélica, entretanto, é a que acompanha no momento da necessidade, quer dizer a do Bom Samaritano, que olha, compadece-se, aproxima-se e oferece ajuda concreta”.

“A missão dos médicos os coloca todos os dias em contato com tantas formas de sofrimento: animo vocês a que se encarreguem deles como ‘bons samaritanos’, cuidando de forma especial dos idosos, dos doentes e dos deficientes”, concluiu.