Os bispos da comunidade valenciana e balear deploraram "a atuação dos poderes públicos", em relação à exposição realizada em uma antiga igreja de Ibiza com "obras artísticas" que mostram Jesus Cristo, João Paulo II sodomizado e iconografia católica mesclada com cenas de sexo homossexual, e alentaram aos católicos a "responder, cultural e juridicamente, a todo tipo de agressões ao sagrado", infelizmente muito freqüentes na Espanha.

Os titulares da Província Eclesiástica de Valência expressam hoje em um comunicado sua "mais enérgica condenação, a reprovação mais firme e o rechaço total a essas expressões que ofendem os sentimentos dos católicos e violam o elementar e fundamental respeito pelas crenças religiosas", em referência às obras da mostra organizada pelo Patronato Municipal do Museu de Arte Contemporânea de Ibiza.

Estes fatos "adquirem uma gravidade ainda maior ao acontecer em um local, antigo templo católico, propriedade do Bispado de Ibiza, quem o tinha cedido à Prefeitura de Ibiza em um convênio de colaboração, cujas cláusulas a Prefeitura descumpriu reiteradamente apesar de ser requerido a isto", indica o enérgico comunicado.

"Os Bispos vêem com preocupação a atuação dos poderes públicos que, além de violar as normas contratuais com o Bispado de Ibiza, dando assim um deplorável exemplo aos cidadãos, abandonam o princípio do respeito às idéias e as crenças de outros, que é um princípio fundamental para a boa marcha de uma sociedade democrática e a pacífica convivência cidadã", asseguram os prelados.

Esta situação, adverte o texto assinado pelo Arcebispo de Valência e seus auxiliares, os bispos de Mallorca, Menorca, Segorbe-Castellón e Orihuela-Alicante, "é um perigoso sintoma da degradação da vida social, cultural e política que pode dar lugar a uma preocupante manipulação da verdade sobre o homem e a dimensão transcendente da pessoa".

Ante a exigência, na quarta-feira passada, do Bispo de Ibiza, Dom Vicente Juan Segura, da "retirada imediata e urgente" das obras do holandês Ivo Hendriks, tanto a responsável por Cultura da Prefeitura, Sandra Mayans, como a prefeita, Lourdes Costa, expressaram sua negativa argumentando a defesa da liberdade de expressão e a liberdade de criação até as últimas conseqüências".

Os prelados expressam também sua solidariedade com o Bispo de Ibiza e sua comunidade diocesana "neste momento em que sofre em sua própria carne esta dolorosa situação, criada e mantida precisamente por quem tem a obrigação de procurar o bem comum, a defesa de todos, e o progresso integral do povo".

Finalmente, os bispos não duvidam em alentar a "responder, cultural e juridicamente, a todo tipo de agressões ao sagrado, que por desgraça se repetem com muita freqüência com a Igreja Católica em nossa nação".