Frente ao aumento de registro de casos de Covid-19 no Brasil, bem como da média de mortes no país pela doença, alguns governos estaduais adotaram novas medidas restritivas a fim de evitar a propagação do vírus e, em razão disso, Arquidioceses e Dioceses decidiram suspender novamente as Missas com a presença de fiéis, orientando as transmissões on-line.

Não é a primeira vez que Dioceses e Arquidioceses brasileiras suspendem a celebração da Missa com fiéis devido à pandemia de Covid-19.

Em 2020, nos primeiros meses em que a doença foi detectada no país e frente ao crescimento dos casos, muitas circunscrições eclesiásticas tomaram esta decisão. Até as celebrações da Semana Santa e Páscoa aconteceram sem a presença dos fiéis no Brasil e em vários países, incluindo o Vaticano.

Em carta enviada às Conferências Episcopais de todo o mundo, com aprovação do Papa Francisco, em setembro de 2020, o então prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Liturgia dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah (cuja renúncia foi aceita pelo Santo Padre no último dia 20 de fevereiro), assinalou que a Missa “virtual” não substitui participação pessoal na Celebração Eucarística.

“Embora os meios de comunicação desenvolvam um apreciado serviço aos doentes e àqueles impossibilitados de ir à igreja, e tenham prestado um grande serviço na transmissão da Santa Missa num momento em que não havia possibilidade de celebrar comunitariamente, nenhuma transmissão é equiparável à participação pessoal ou pode substituí-la”, disse o cardeal.  Essas transmissões “por si só, correm o risco de nos afastar de um encontro pessoal e íntimo com o Deus encarnado que se entregou a nós não de forma virtual, mas sim, dizendo: ‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’ (Jo 6,56)”.

Dessa forma, encorajou a, “uma vez identificadas e adotadas as medidas concretamente praticáveis ​​para reduzir ao mínimo o contágio do vírus, é necessário que todos retomem seu lugar na assembleia dos irmãos”. Dioceses em todo o mundo adotaram protocolos de segurança a fim de evitar o contágio por coronavírus, os quais englobam o uso obrigatório de máscaras e álcool em gel, o distanciamento social e a higienização dos templos.

A nova suspensão de missas com a presença de fieis foi adotada pela Província Eclesiástica de Natal (RN), formada pela Arquidiocese de Natal e pelas Dioceses de Mossoró e Caicó. Em nota de 27 de fevereiro, seus respectivos Bispos – Dom Jaime Vieira Rocha, Dom Mariano Manzana e Dom Antônio Carlos Cruz Santos – informaram que as celebrações de “missas e outras congêneres” com a presença de fiéis ficam suspensas “de 1º a 10 de março”.

Os bispos dizem que foram contatados previamente pelo governo do Rio Grande do Norte, no dia 26 de fevereiro, e, “compreendendo a gravidade do momento; em espírito de recíproca cooperação e corresponsabilidade; e tendo em conta a vida como bem maior a ser preservado, achamos por bem acatar o disposto no decreto estadual nº 30.383, de 26 de fevereiro de 2021”.

O decreto determina em seu artigo 5º que “estão suspensas, a partir de 1º de março de 2021, as atividades coletivas de qualquer natureza como cultos, missas e congêneres em igrejas, espaços religiosos, lojas maçônicas e estabelecimentos similares”.

Diante disso, os Bispos da Província Eclesiástica de Natal solicitaram que “as celebrações sejam transmitidas, através das plataformas digitais de comunicação da própria paróquia, sempre que possível, especialmente no domingo”.

Também no Nordeste, após decreto do governo estadual, a Arquidiocese da Paraíba, que compreende a capital João Pessoa e as cidades da faixa litorânea e da Zona da Mata, “decidiu suspender” até o dia 9 de março “as celebrações com a presença de fiéis no território de sua jurisdição eclesiástica, mantendo as transmissões pelas redes sociais”, considerando “a expansão da Covid-19 e as suas variações, para o bem do Povo de Deus”.

No mesmo estado, a Diocese de Cajazeiras também determinou a suspensão das Missas com presença de fiéis até 10 de março, “podendo esta data final ser modificada”. Além disso, determinou que sejam remarcadas as celebrações de batizados e casamentos agendadas” para este período e a suspensão de “encontros, as reuniões, as novenas, as vias-sacras e demais momentos de devoção que ocasionem aglomeração de fiéis”.

Medida semelhante foi adotada pela Diocese de Caruaru (PE), onde “as celebrações Eucarísticas, de Batismos, de Matrimônios e de Crisma, com a participação pública de fiéis”, foram suspensas até 10 de março. Neste caso, também foi incentivada a transmissão das Missas através dos meios de comunicação.

Também no Sul do Brasil há Dioceses que tiveram que adotar novas medidas restritivas,como a Diocese de Toledo (PR), que decidiu pela suspensão, até dia 8 de março de 2021, de missas e celebrações presenciais, catequese, reuniões e encontros. As Missas, indica decreto diocesano, “poderão acontecer deforma remota com transmissão ao vivo”.

Esta decisão, conforme explica a Diocese, se deu em conformidade com decreto do governo do Paraná que “determina medidas restritivas de caráter obrigatório, visando o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19”.

A Diocese de Paranavaí, no mesmo estado, também seguindo a determinação do governo, suspendeu as Missas com “participação de fiéis”. Além disso, estabelece que “as Missas, os encontros de grupo da Quaresma e a Via-Sacra sejam somente no formato virtual”.

Uma medida diferente foi adotada por esta Diocese foi a autorização para que sejam “realizadas Missas no formato drive-in”, permitido no município de Paranavaí. Quanto às outras cidades da Diocese, solicitam que sejam seguidas as “orientações locais”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, atualizados na noite de 28 de fevereiro, foram registrados no Brasil 10.551.259 casos de Covid-19 e 254.942 óbitos.

Desse total, o Nordeste é a segunda região com maior número de registros (atrás apenas do Sudeste), com 2.473.049 casos confirmados e 56.527 mortes. Em seguida, vem a região Sul, com 1.958.559 casos confirmados e 31.419 falecimentos.

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