Dom Pedro Pablo Elizondo, Bispo de Cancún-Chetumal, convocou todos os fiéis da diocese a participar de um “Dia de Oração e Adoração pela Vida”, no dia 21 de fevereiro, diante das tentativas de despenalizar o aborto até a 12ª semana de gestação, no estado mexicano de Quintana Roo.

Na Missa, celebrada em 21 de fevereiro, Dom Elizondo pediu a Deus que “ilumine as mentes dos deputados para que respeitem a sacralidade da vida e o primeiro direito fundamental de todo ser humano, de viver”.

Ao concluir a celebração eucarística, o Prelado mexicano pediu ao Espírito Santo que "fortaleça" a vontade dos deputados de Quintana Roo.

De 16 a 24 de fevereiro deste ano, os deputados do Congresso de Quintana Roo participam de um parlamento aberto no qual recebem as argumentações daqueles que defendem a vida desde o útero diante daqueles que promovem o aborto.

De acordo com o Código Penal de Quintana Roo, o aborto é crime punível com até dois anos de prisão. Os profissionais de saúde que participam dessa prática podem ser suspensos do exercício da profissão por até cinco anos.

Em Quintana Roo, o aborto não é punível em caso de estupro, risco grave à vida da mãe e quando haja a possibilidade de o bebê nascer "com graves distúrbios físicos ou mentais".

Atualmente, dois projetos de lei buscam a despenalização do aborto gratuito até a 12ª semana de gestação, promovendo reformas da Constituição de Quintana Roo, dos códigos penal e civil e da Lei de Saúde do Estado.

As iniciativas legislativas foram apresentadas em 2020 pela deputada Ana Pamplona Ramírez, do Partido do Trabalho (PT); e pelo deputado José Luis Guillén López, do Movimento Autêntico Social.

Um grupo de feministas violentas tomou as instalações do Congresso de Quintana Roo, em novembro de 2020, exigindo que as propostas para descriminalizar o aborto fossem prontamente aprovadas. A invasão culminou em 10 de fevereiro deste ano, depois que os deputados locais se comprometeram em abrir um parlamento aberto para que o tema possa ser discutido.

"Não existe aborto seguro"

Ao participar em 18 de fevereiro em nome da Faculdade de Medicina de Quintana Roo em um dos fóruns abertos pelo Congresso local, vários profissionais de saúde rejeitaram a ideia de despenalizar o aborto.

Entre eles, o Dr. José Antonio Danel Beltrán, presidente do Colégio Médico de Quintana Roo e especialista em ginecologia e obstetrícia, especificou que “não existe aborto seguro, qualquer método utilizado para realizar um aborto, seja cirúrgico, seja médico, pode apresentar complicações e essas complicações podem colocar em risco a vida dos pacientes”.

O médico mexicano destacou que “na quarta semana de gravidez começa a se formar o sistema cardiovascular, que inclui o coração. O embrião mede cinco milímetros, meio centímetro, e o coração primitivo começa na metade da quarta semana”.

Além disso, criticou que um dos projetos de despenalização do aborto dê prioridade às pessoas que desejam se submeter a esta prática, "que não está colocando sua vida em risco", em detrimento das mulheres que têm doenças, pois exige que seja realizado em um período "não superior a cinco dias".

“Nos hospitais públicos, uma paciente que está realizando um pré-natal, seja de alto risco ou não, quando marca pela primeira vez no hospital de segundo nível, ou seja, onde há médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia, a primeira consulta pode demorar de duas semanas até um mês e meio”, disse, enquanto que outras mulheres que sofrem de alguma outra doença o prazo poderia ser de até dois meses para receber um atendimento especializado.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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