O Bispo do Porto (Portugal), Dom Manuel Linda, publicou uma nota nesta segunda-feira 9 de março, por meio da qual suspende “todas as Missas e devoções populares” nas Vigararias (conjunto de paróquias) de Lousada e Felgueiras  “até o meio dia do próximo sábado”.

Em sua nota, o Prelado explica que foi “contatado pelo Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte”, o qual lhe pediu “colaboração para ajudar a circunscrever o coronavírus, já que o foco de irradiação parece ter surgido nessa zona”.

Segundo informa SIC Notícias, nesta segunda-feira o número de casos confirmados de coronavírus Covid-19 em Portugal subiu para 35, dos quais mais de 20 estão no norte do país, vivendo quase todos em Flegueiras e Lousada.

Por esta razão, as autoridades desses dois concelhos fecharam escolas, ginásios, piscinas e cinemas. Além disso, foram proibidas visitas a lares de idosos, cadeias e prisões da região norte.

Portanto, além da suspensão das Celebrações Eucarísticas em Lousada e Felgueiras, Dom Manuel Linda determinou que “a administração dos outros sacramentos será feita apenas em casos de urgências e para o menor número possível de pessoas”.

Quanto aos funerais, solicitou que se tente “celebrá-los exclusivamente com a presença dos familiares diretos” e que, “alerte-se os participantes que não devem exprimir os pêsames ou sentimentos mediante abraços, beijos ou afagos”.

O Prelado também informou que “a conveniência da celebração ou não das Missas ‘de preceito’ no próximo sábado e Domingo dependerá da evolução que se verifique ao longo da semana” e, neste caso, “tentar-se-á transmitir novas informações, logo que existam. Se não se verificarem, cada sacerdote ajuizará, prudentemente, sobre a conveniência ou não dessas celebrações”.

Além disso, Dom Manuel Linda pontuou que, “embora a transmissão televisiva nunca supra a presença na comunidade orante que participa na Eucaristia, enquanto se mantiver este perigo da saúde pública, aconselho os fiéis das Vigararias de Lousada e Felgueiras que assistam à transmissão da Missa dominical, com todo o respeito e atenção, manifestando, assim, plena comunhão com a Igreja que celebra o memorial do Domingo e a sua ‘Páscoa semanal’ neste Dia do Senhor”.

Outras determinações para toda a Diocese

Também nesta segunda-feira, Dom Manuel Linda publicou a nota episcopal “O dever ético de evitar a propagação do COVID-19”, direcionada a toda a Diocese do Porto, com algumas orientações.

“Trata-se de regras provisórias, sujeitas a serem modificadas pelas circunstâncias, pois são apenas fruto do bom senso. Entretanto, peço sejam levadas muito a sério”, ressaltou.

Primeiramente, o Prelado pediu que “tranquilizem-se os fiéis, de forma a evitar situações de pânico, mostrando-lhes que, não obstante o perigo efetivo que este vírus representa, não é comparável às terríveis pestes e pneumônicas que conhecemos da história”.

Além disso, reforçou as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), para que “use-se a comunhão na mão e evite-se o gesto da paz, o uso da água nas pias de água benta e beijos ou outros gestos de contato físico com imagens”.

“Tomadas estas precauções, as celebrações litúrgicas, mormente a Missa, sacramentos e funerais, para já, decorrerão na forma habitual”, estabeleceu.

Quanto à catequese, o Bispo pediu que se preste atenção às escolas locais e “somente se estas fecharem é que se justificará o encerramento da catequese”.

Em relação às estruturas eclesiais voltadas para a infância, como berçários e creches, solicitou que seja mantido “contato permanente com os Delegados de Saúde locais”. Já quanto às estruturas dirigidas aos idosos, pediu que sejam anuladas as visitas, “com exceção dos casos em que comprovadamente se justifiquem”.

“O mesmo se diga das visitas aos idosos que vivem em suas casas por parte de visitadores de doentes, Ministros Extraordinários da Comunhão, Conferências Vicentinas e outros: reduzam-se ao mínimo indispensável e, para o contato com eles, use-se o telefone”, solicitou.

Dom Manuel Linda reforçou ainda que, “de acordo com as normas recentemente difundidas na nossa Diocese, não concedo autorização para ‘absolvições coletivas’, pois as pessoas cumprirão oportunamente o mandamento da Igreja de ‘confessar-se ao menos uma vez cada ano’”.

Por fim, adiantou que, “se as circunstâncias não se alterarem, na adoração da cruz, na Sexta feira Santa, e no tradicional ‘Compasso’ ou ‘Visita Pascal’, evitar-se-ão os beijos e far-se-á reverência à cruz com uma profunda inclinação ou mesmo com a genuflexão”.

“Rezemos a Deus, Pai providente, para que afaste de nós as doenças e nos conceda o dom da saúde e da tranquilidade”, concluiu.

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