O Bispo de Oruro (Bolívia), Dom Cristóbal Bialasik, denunciou em 25 de fevereiro que, na pintura blasfema realizada contra a Virgem do Socavón há um “sinal demoníaco” e lamentou que esta obra “nega que Cristo é a luz da humanidade”.

A pintura feita por Rilda Paco que expôs a Virgem do Socavón em roupas íntimas e com uma vela de cabeça para baixo foi distribuída em zonas próximas às igrejas de La Paz.

ADERTÊNCIA: As imagens podem ferir a sensibilidade do leitor.

A autora argumentou que era uma forma de protestar contra o consumo excessivo de álcool durante o Carnaval de Oruro, celebração na qual os devotos homenageiam esta advocação.

Diante desta situação, a Diocese de Oruro convidou a diversos atos de reparação para pedir perdão à Mãe de Deus pela imagem blasfema.

Durante a oração realizada no Santuário da Virgem do Socavón no domingo, 25 de fevereiro, Dom Bialasik expressou que no quadro “a pintora colocou a vela de cabeça para baixo, é um sinal demoníaco. Distorce a mensagem central da imagem da Virgem do Socavón, nega que Cristo é a luz da humanidade”.

“É justamente isso que o demônio quer, colocar o mundo de cabeça para baixo. Tudo isso é uma ofensa contra Deus, contra a sua Mãe, que também é nossa Mãe, contra a população de Oruro, contra todos aqueles que participam da peregrinação”.

Na reflexão a respeito do consumo excessivo de álcool durante o carnaval, Dom Bialasik explicou que nos últimos anos “lutaram muito para acabar com o alcoolismo em Oruro, é difícil, mas estamos melhorando. É um trabalho árduo e é necessário continuar unindo forças para purificar o nosso carnaval do álcool”.

Mesmo assim, prosseguiu o Prelado, “este quadro não contribui para esse esforço, é um insulto à humanidade, porque o Carnaval religioso de Oruro é reconhecido internacionalmente como patrimônio de fé”.

Entretanto, o Prelado disse que, “apesar de tantos insultos e deste pecado grave, devemos perdoar. Esta é a atitude do Senhor, Ele nos ensina que, mesmo na Cruz e apesar de tanto sofrimento, perdoa os seus assassinos”.

“Essa é a mensagem que o Senhor nos ensina na Quaresma. Nós não pertencemos a uma religião que por causa de uma ofensa vai decapitar as pessoas. Não podemos fazer isso. E o Senhor nos ensina a perdoar e, se queremos receber o perdão, também devemos perdoar”, concluiu.

Assim como autoridades locais também rechaçaram a ofensa grave e anunciaram medidas legais contra a autora, a Diocese de Oruro convidou a uma peregrinação e a Santa Missa no próximo dia 1º de março, às 10h (hora local), no Santuário da Virgem do Socavón.

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