O Papa Francisco beatificou na manhã de ontem o sacerdote mártir Pedro Maria Ramírez Ramos, mais conhecido como Padre de Armero, que preferiu proteger a Eucaristia a fugir para se salvar do perigo.

Assim o recordou o Bispo de Garzón, Dom Fabio Duque Jaramillo, que leu uma biografia do Padre de Armero antes do rito de beatificação presidido pelo Santo Padre.

O Prelado explicou que, nos últimos anos da década de 1940, “a situação política da Colômbia era muito difícil nesse período, tanto pela alternância de liberais e conservadores na liderança do país, como pela grande propaganda comunista”.

Em 1948, continuou, surgiu uma revolta, conhecida como ‘El Bogotazo’, e como consequência “ocorreu uma verdadeira perseguição religiosa, que também atingiu o povoado de Armero e seu templo foi profanado”.

Dom Duque relatou que o Padre de Armero, “consciente da gravidade do momento e pensando que a sua morte estava próxima, a primeira coisa que pensou foi evitar a profanação do Santíssimo Sacramento, conservando uma Hóstia que ele mesmo consumiu pouco antes de morrer”.

“Quando as irmãs e outras pessoas o aconselharam a fugir e se esconder, respondeu dizendo: ‘Consultei ao meu amito e me disse para permanecer no meu posto’. E escreveu um breve testamento para que o entregassem ao Bispo, no qual recordava sua família e outras pessoas”.

Nesse testamento, o novo Beato colombiano agradecia pelo seu sacerdócio e pela paróquia de Armero e declarava-se disposto a derramar o seu sangue pelo povo que tanto amava.

Em 10 de abril de 1948, Pe. Ramírez Ramos foi preso por “alguns habitantes furiosos, amarraram-no e, com empurrões e arrastando-o, levaram-no à praça pública entre gritos, insultos e cruéis zombarias de todos os tipos”.

O Bispo concluiu o seu relato contando que, ao chegar à praça, “mataram-no com um golpe de facão. Morreu perdoando seus agressores”.

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