O Pe. Francis Nadeem, Superior Provincial dos Capuchinhos no Paquistão e fundador do Conselho para o Diálogo Inter-religioso em Lahore, assegurou que Asia Bibi, a mãe católica condenada injustamente à morte, “nunca cometeu blasfêmia”.

Em declarações à agência vaticana Fides, o presbítero assinalou que “estamos totalmente em desacordo com a confirmação da pena de morte. É muito doloroso e decepcionante. O tribunal não demonstrou verdadeira justiça, porque Asia Bibi nunca cometeu blasfêmia”.

O sacerdote disse também que “a tolerância e o perdão são dois valores importantes, presentes não somente no Cristianismo, mas também no Islã, e em outras religiões do mundo. Estamos trabalhando muito em prol da harmonia religiosa no Paquistão e pela difusão da mensagem de paz e tolerância”.

“Muitos estudiosos muçulmanos de renome estão conosco. A sentença que confirma a pena de morte para Asia Bibi prejudica também o caminho que estamos percorrendo e a obra que estamos realizando, em harmonia com os líderes muçulmanos”.

O sacerdote capuchino explica deste modo que “o processo baseia-se no depoimento de duas mulheres (duas irmãs), mas há algo mais por trás das acusações, o processo é o resultado de uma conspiraçã”.

Os franciscanos do Paquistão continuarão rezando pela salvação de Asia Bibi e de todas as vítimas inocentes do mau uso da lei da blasfêmia.

O caso de Asia Bibi começou em junho de 2009, quando trabalhava como operária em Sheikhupura, perto de Lahore, Paquistão. Em uma ocasião lhe pediram que fosse buscar água potável para as suas companheiras. Algumas das trabalhadoras –todas muçulmanas– se negaram a beber a água por considerá-la "impura" por que foi provida por uma cristã.

No dia seguinte, Asia foi atacada por uma turfa e levada a uma delegacia de polícia “para a sua segurança”, onde foi acusada de blasfêmia contra Maomé. Desde a sua prisão denunciou ser perseguida por causa de sua fé e negou ter proferido insulto algum contra o Islã.