Diante da controvérsia de que teria lidado mal com casos de abuso sexual quando era vigário-geral de Colônia (Alemanha), o atual Arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Heße, pediu ao Vaticano que revise seu trabalho e os processos que realizou.

Na sexta-feira passada, Dom Heße, que foi vigário-geral da Arquidiocese de Colônia, de 2012 até sua nomeação como Arcebispo de Hamburgo em 2015, escreveu à Congregação para os Bispos sobre os casos de abusos que revisou durante seu serviço.

Em sua carta à Congregação, Dom Heße destacou a atual controvérsia sobre como lidou com as denúncias de abuso e assinalou que enviaria ao Vaticano os resultados de uma investigação atualmente em andamento em Colônia, que provavelmente será publicada em março de 2021.

CNA Deutsch - agência em alemão do grupo ACI - indicou que não está claro se o Vaticano vai autorizar um ou mais procedimentos sob Vos estis lux mundi, o motu proprio de 2019 do Papa Francisco que busca responsabilizar os bispos por lidar mal com os casos de abusos.

Em sua declaração, Dom Heße assinalou que escreveu "ao prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, e descrevi a situação para ele”.

“Expliquei-lhe que sempre participei, com o melhor de meu entendimento e consciência, no processamento de casos de abuso sexual na arquidiocese de Colônia e nunca no encobrimento de tais casos”, acrescentou.

O Prelado indicou que “o debate público sobre meu tempo em Colônia, que já dura vários meses, não é apenas um fardo para mim pessoalmente, mas também para os católicos da arquidiocese”.

“Devido à preocupação com a Arquidiocese de Hamburgo, considero meu dever informar as autoridades romanas sobre a situação atual e os resultados da investigação de Colônia, que estará disponível em março”, acrescentou.

Dom Heße sublinhou que “para mim, é evidente que não posso ser juiz no meu próprio caso, mas peço uma revisão da autoridade que me nomeou” como arcebispo.

Na véspera de sua declaração, o Prelado anunciou que deixaria temporariamente o cargo de conselheiro espiritual do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK).

As disposições do Vos estis lux mundi entraram em vigor em 1º de junho de 2019, por um período experimental de três anos. Vários bispos dos Estados Unidos e da Polônia foram investigados nos termos do motu proprio.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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