O Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos),  a maior arquidiocese do país, Dom José Horacio Gómez, assinalou que as ações propostas pela Administração de Barack Obama mostram que a ameaça contra a liberdade religiosa no país não é um exagero como alguns meios ou pessoas no Governo querem demonstrar.

Em sua última coluna publicada na página em espanhol do grupo ACI, o Prelado se referiu ao mandato que obrigará em 2013 que entidades católicas comprem planos de saúde que dão cobertura para a anticoncepção e o aborto. O bispo disse que este texto atenta contra a liberdade religiosa porque ameaça "nossa capacidade como cristãos individuais para vivermos da maneira que Jesus quer que vivamos" e a capacidade da Igreja para levar adiante sua missão.

Nesse sentido, disse ainda que a iniciativa dos bispos "Fortnight for freedom" (Quinzena pela Liberdade)", deve ser uma ocasião para que os americanos renovem sua "dedicação às liberdades fundamentais que fizeram os Estados Unidos tão excepcional. Se não o fizermos, corremos o risco de esquecer as lições da história e de esquecer por quê essas liberdades tão importantes".

"Como cristãos, também temos o dever de amar a liberdade e defender a liberdade que amamos. A história da Igreja nos ensina que temos que lutar por essas liberdades; elas nunca foram dadas aos cristãos gratuitamente", acrescentou.

Por isso, afirmou que a maior ameaça para os cristãos é "a própria indiferença, ou nosso sentimento de que esta luta realmente não nos diz respeito pessoalmente". Dom Gómez advertiu que a liberdade religiosa não um conceito abstrato, mas sim tem muito que ver com a vida diária.

"Verdade que hoje livres de ir à igreja, de ler nossas Bíblias, de orar em nossas casas, de ler publicações religiosas e de encontrar programação religiosa na televisão e a Internet. Mas a liberdade religiosa significa mais que isso, porque ser cristão significa mais que isso", afirmou.

Nesse sentido, destacou que a iniciativa "Fortnight for freedom" –que culmina no dia 4 de julho-, coincida com a lembrança de importantes Santos que morreram defendendo a liberdade religiosa.

"A quinzena começou na Vigília da Festa dos Santos John Fisher e Thomas More", que foram executados por não dobrar-se "às pressões políticas do rei Enrique VIII, que demandava que eles aceitassem sua ‘supremacia’ sobre a Igreja e que eles negassem os ensinos da Igreja sobre a santidade do matrimônio".

Também recordou São João Batista, "executado por um rei tirano por defender a lei de Deus sobre o matrimônio". Além disso, recordou "os primeiros mártires da Igreja de Roma" e a São Pedro e São Paulo, "os maiores desses primeiros mártires".

"Todos esses valentes homens e mulheres sofreram a morte por defender as liberdades que freqüentemente nós damos por garantidas. Todos eles usaram sua liberdade em Cristo para transformar suas sociedades. De dentro. Pela força do seu amor e seu exemplo. Cada um de nós estamos chamados à mesma missão na nossa sociedade", afirmou.

Por isso, convidou os americanos a pedir a intercessão desses mártires e para que "Nossa Senhora de Los Angeles que nos dê o valor para defender a liberdade da Igreja e nossa liberdade de consciência".