Ao grito de "Stop aos fachos", uma multidão composta por cerca de 50 pessoas interrompeu um presépio vivo composto por crianças na cidade francesa de Toulouse, o que gerou a rejeição dos fiéis, do prefeito da cidade e do Arcebispo local.

A multidão, que estava em vários edifícios da Praça Saint-Georges, em Toulouse, também gritou outros slogans, como “contra a polícia e os fachos (fascistas)” ou “somos os anticapitalistas”, por volta das 16h, quando um coral cantava músicas natalinas junto ao presépio vivo.

Quando a multidão desceu à praça para provocar um confronto ainda maior, apesar da presença das crianças, os organizadores do presépio vivo, a associação leiga "Vivre Noel autrement" (vivendo o Natal de maneira diferente), decidiu concluir as atividades que estavam previstas até as 18h, segundo o site LaDepeche.fr.

O prefeito de Toulouse, Jean-Luc Moudenc, repudiou o aparecimento da multidão.

“Lamento e condeno firmemente o comportamento irresponsável dos manifestantes de ontem, que provocaram a interrupção do presépio vivo, em detrimento dos cidadãos de Toulouse. Como todos os anos, eu autorizei o evento organizado pela associação Vivre Noël autrement”, indicou Mondenc em sua conta no Twitter no domingo, 15 de dezembro.

O Arcebispo de Toulouse, Dom Robert Le Gall, também rejeitou o que aconteceu com o presépio vivo e disse ao LaDepeche.fr que seu sentimento nestes momentos é “de grande pesar, tristeza e incompreensão. Não entendo".

O evento, disse, "nem sequer foi organizado por cristãos, mas por uma associação leiga". Advertiu que esses fatos manifestam as “dificuldades de nossa sociedade em viver juntos, o que gera violência verbal e física. Isto não está certo".

Em uma declaração publicada no site da Arquidiocese de Toulouse em 15 de dezembro, Dom Le Galle disse que o presépio vivo foi “uma expressão alegre com canções de Natal, com a encenação do Natal feita com crianças e adultos, acompanhados por vários animais, e que não tinha outra intenção a não ser dar mais profundidade a esta festa”.

“Como Arcebispo de Toulouse, lamento que a simples lembrança do nascimento de Jesus e dos valores que isso traz (a acolhida do estrangeiro, o anúncio da paz e o sinal de ternura de que todos precisamos) não sejam mais respeitados em nosso país e suscite atos de violência verbal e física por parte dos defensores da liberdade”, afirmou o Prelado.

"Convido cada um a defender pacificamente a liberdade de expressão e respeitar a história e as tradições de nosso país", concluiu.

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