O Arcebispo de Manágua, Dom Leopoldo Brenes, indicou que se uma criança por nascer não é querida em seu lar,  é preferível dá-la em adoção antes que tirar-lhe a vida através do aborto.

"Somos a favor da vida, consideramos que as crianças podem ser dadas em adoção antes que tirar-lhes a vida ou de saber que não vão ser bem recebidas", afirmou o Prelado ao ser consultado pela imprensa sobre o caso de uma menina de doze anos que ficou grávida depois de sofrer uma violação, cuja avó pede que seja submetida a um aborto.

Dom Brenes indicou que "há situações muito tristes (como o da menor) e é uma atitude de uma avó em particular". Entretanto, destacou que "existiram casos em que aquela criança não desejada, quando adulta, é quem cuida das avós e mantém a mãe".

O Arcebispo expressou sua reprovação ao aborto terapêutico, e indicou que o desafio da sociedade nicaragüense é trabalhar por uma cultura da vida, onde se ensine os cidadãos o valor da paternidade e o verdadeiro sentido da sexualidade. "Por isso devemos nos pôr no espírito do próprio Senhor, para conhecer o que é que Ele quer para nós mesmos", assinalou.

Atualmente se debate na Nicarágua a reforma do Código Penal. Entre as mudanças está a possibilidade de penalizar o aborto terapêutico, permitido no atual texto. Isto gerou críticas por parte de movimentos abortistas, como Human Rights Watch, cuja Divisão das Américas considera que estabelecer penas contra esta prática "viola os direitos humanos".