Um estudo do Fundo Mundial de Luta contra a AIDS revelou que os adolescentes peruanos conhecem os preservativos, mas desconfiam deles e não os usam em suas primeiras relações sexuais, que cada vez mais acontece com menos idade. Entretanto, os investigadores resistem a admitir o fracasso das campanhas de informação sexual e apostam por seguir promovendo o uso de profiláticos como principal método para prevenir a AIDS.

Nora Ojeda Celi, coordenadora do Fundo Mundial, apresentou o estudo realizado em jovens e adolescentes entre 11 e 24 anos de idade em Lima, Callao, Ica, Chimbote, Pucallpa e Iquitos.

"Os jovens  e adolescentes são especialmente vulneráveis à infecção pelo HIV por várias razões, entre elas porque sua idade as impulsiona a experimentar com formas perigosas de comportamento freqüentemente sem dar-se conta do perigo", reconhece Ojeda. 

"O estudo revela que os adolescentes e jovens têm a percepção de que a camisinha limita o prazer sexual e atenta contra a confiança que deve existir no casal. Não existe uma conduta afirmativa por parte das adolescentes mulheres frente ao uso da camisinha, em que pese que em muitos casos assim o desejassem", disse.

A investigação mostra que a maioria de adolescentes começa a ter relações sexuais com amigos, companheiros de escola e "namorados", embora em algumas cidades da selva recorram também à prostituição.

Segundo o estudo, os adolescentes e jovens não conhecem sintomas nem sinais das infecções de transmissão sexual, embora tenham escutado falar delas.

No Peru, como em outros países da região, as campanhas de prevenção da AIDS se concentram na difusão de preservativos e não alentam a abstinência como o mais eficaz "sexo seguro".