As clínicas de aborto na Cidade do México admitiram recentemente que essa prática diminuiu em até 40% nos últimos meses devido à pandemia de coronavírus COVID-19.

Segundo declarações das direções das clínicas de aborto coletadas pelo jornal mexicano El Universal, em 7 de junho, as medidas sanitárias implementadas pelas autoridades do país impediram as gestantes de comparecerem às suas instalações.

Na Cidade do México, desde 2007, o aborto é legal até a 12ª semana de gestação.

Para Alison González, porta-voz de Pasos por la Vida, que anualmente organiza a Marcha pela Vida na Cidade do México, é “incrível que diante dos tempos que estamos vivendo atualmente haja instituições que só pensam no aborto, colocando em risco centenas, talvez milhares de mulheres”.

Em diálogo com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, González assinalou que "todos sabem como algumas organizações internacionais fazem lobby para introduzir esse tipo de prática, em vez de promover políticas públicas em todos os países para acabar com as verdadeiras causas do aborto".

"Por exemplo, deveria se promover: o acesso à educação, já que, pelo menos no México, é insuficiente, desigual e de baixa qualidade, ter um plano de saúde de maternidade para toda mulher grávida, oportunidades de trabalho para as mulheres”, assinalou.

Além disso, é necessário implementar "acesso a serviços de creche, redução da pobreza, vales para produtos de primeira infância, programas de acompanhamento para mulheres grávidas, planos de moradia para mulheres em situações vulneráveis".

"Em suma, uma série de políticas reais que permitam diminuir definitivamente os níveis de aborto em nosso país e fornecer soluções reais para as mulheres, não ideologias ou imposições vindas do exterior", disse González.

"As mulheres devem ser protegidas, acompanhadas e apoiadas para que possam se desenvolver plenamente com sua família", acrescentou.

Por sua parte, María Lourdes Varela, diretora da 40 Dias pela Vida na América Latina, afirmou que as clínicas de aborto "não se importam com a vida", uma vez que "a indústria da morte está realmente desesperada para continuar matando".

Varela criticou que "durante a pandemia, houve uma forte promoção do aborto em casa", e assinalou que "não entendo como dizem que querem fazer o aborto legal, para que as meninas não abortem em casa e acabem perdendo sangue, se no final o "estão promovendo durante a pandemia é o aborto em casa".

A diretora de 40 Dias pela Vida também denunciou que as clínicas de aborto, que permaneceram abertas durante a pandemia no México, não adotaram medidas importantes para impedir a disseminação da COVID-19 em suas instalações.

Se verdadeiramente estão sendo realizados menos abortos, destacou, “o que vai acontecer é que vai nascer um bebê, que vai ter a oportunidade de viver e não será assassinado brutalmente no ventre de sua mãe”.

"Convidamos as pessoas a não verem os filhos como inimigos", disse, enfatizando que "se há mais bebês, sejam bem-vindos, são seres humanos que merecem os mesmos direitos e oportunidades que nós".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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