Nesta quarta-feira, acontece o julgamento do recurso apresentado pela defesa do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o caso do tríplex no Guarujá e, diante desse fato que está movimentando o país, sobretudo em ano eleitoral, o Arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler, declarou que “a Justiça deve ser feita”.

Em entrevista a Vatican News, o Prelado ressaltou que esse julgamento “certamente representará um marco na história política brasileira”.

Segundo Dom Spengler, “há muito tempo nós acompanhamos uma espécie de polarização, nós e eles” e isso “não nos tem ajudado”.

Nesse sentido, indicou que, “se há elementos que realmente comprometem a atuação de quem era presidente da República e que, por isso, mereça uma condenação, que assim se faça”.

“Nós precisamos chegar a uma conclusão nesse processo todo. Certamente, temos ânimos acirrados, uma situação delicada, mas a justiça deve ser feita, a justiça vale para todos”, afirmou.

O Arcebispo desejou “que realmente os juízes que devem julgar esse processo possam ter o discernimento suficiente para que a Justiça seja feita e o Brasil possa ganhar, o povo possa ganhar com aquilo que vier a ser decidido”.

O ex-presidente Lula foi condenado em julho de 2017 pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso de um tríplex do Guarujá (SP), que teria sido recebido como propina da empreiteira OAS.

Os advogados de Lula recorreram e a apelação está sendo julgada nesta quarta-feira por desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região, em Porto Alegre.

Diante do julgamento, ocorrem pelo país diversas manifestações contra e a favor da condenação do ex-presidente, o que, para Dom Jaime Spengler, “é justo”.

“A democracia é caracterizada por essa possibilidade de ampla manifestação de todos os setores da sociedade”, ressaltou.

Desse modo, o prelado assinala que tais manifestações deve ocorrer “em um espaço democrático, dentro de um espírito marcado pela paz”.

“O momento é difícil, é desafiador, mas a possibilidade do novo está nas mãos da atual geração que faz a vida da sociedade. Então, todos nós temos uma responsabilidade muito grande”, acrescentou.

Por fim, ressaltou que não se pode “permitir que nos roubem a esperança de que, juntos, em um espírito pacífico, possamos encontrar indicações capazes de superar o momento difícil em que nós vivemos e, assim, construirmos também juntos indicações capazes de proporcionar vida melhor para aqueles que virão depois de nós”.

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