O famoso teólogo espanhol José Antonio Fortea refletiu sobre a recente morte do ditador cubano Fidel Castro e assegurou que “Deus deu 90 anos a sua alma para mudar, para entender, para pedir perdão”.

Em um artigo publicado em seu blog, intitulado ‘Elegía a Fidel Castro’ (Escolhia Fidel Castro), o Pe. Fortea assinalou que a longa vida que Deus concedeu ao ditador cubano devia ser dedicada a “pedir perdão às suas milhares de vítimas, seus milhões de oprimidos, pedir perdão a Deus, a si mesmo”.

“Perdoar-se a si mesmo para seguir vivendo com dignidade, para não viver sob o remorso, sob o peso de uma culpa entristecedora, para não viver como Macbeth, como um animal encurralado, encurralado e mordido pela sua própria consciência”.

Castro, governou Cuba depois de derrubar o ditador Fulgêncio Batista em 1959, governou durante quase 50 anos e depois cedeu o poder na ilha ao seu irmão, Raúl.

Na noite dia 25 de novembro de 2016, em uma mensagem televisionada à nação, Raúl Castro anunciou a morte de Fidel.

O regime de Fidel Castro foi repetidamente acusado de violações aos direitos humanos, com múltiplos encarceramentos a opositores políticos, assim como milhares de execuções.

Além disso, a repressão alcançou os defensores da vida desde o momento da concepção. O Dr. Óscar Elías Biscet foi preso por cerca 12 anos, por ter denunciado os abortos e assassinatos de crianças recém-nascidas realizados nos hospitais públicos cubanos.

A Igreja também foi vítima da repressão do regime comunista, com severas restrições ao culto. Em dezembro de 1998, alguns meses depois da visita de São João Paulo II a Cuba, o governo permitiu que que fosse celebrado novamente, depois de várias décadas, o Natal.

Para o Pe. José Antonio Fortea, “acabou o tempo para Fidel Castro. Agora já não há poder sobre a terra, não há santo, nem anjo que possa lhe outorgar o perdão”.

“Ele, que sentenciou tantos, agora está sendo sentenciado, e já não encontrará perdão neste mundo, nem no céu”.

“Castro, que não teve piedade de tantos que suplicaram misericórdia, se já não encontrou perdão, já não o encontrará nunca”, disse o sacerdote espanhol. “Ele que tornou um inferno a vida de muitas pessoas, se tiver entrado no inferno, agora sofre com os olhos abertos”, acrescentou.

O Pe. Fortea assinalou que para Fidel Castro “agora não serve de nenhuma ajuda todas as manifestações multitudinárias na Praça da Revolução que possam convocar em sua honra, nem todos os artigos que o jornal ‘Granma’ escreva o enaltecendo, nem todos os discursos do Partido que o elogiem até as nuvens”.

“Agora está sozinho, com a sua alma. Preso na terrível prisão da sua alma. No reino escuro de Satanás ou nas prisões imateriais do lugar de purificação, seu destino o estava esperando. Durante 90 anos, seu destino eterno o estava esperando”.

O teólogo assinalou que tanto se Fidel estiver em uma morada ou em outra, “o que não resta dúvidas é que a Justiça pesa sobre sua pequena e miserável alma”.

“A única dúvida, a única, é se sua situação espantosa durará séculos, ou séculos sem fim”, concluiu.

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